O preço do ouro (XAU/USD) continua sua trajetória de alta, sendo negociado na casa dos US$ 2.560 na sexta-feira, um aumento de 0,40% no dia, após estabelecer novos recordes na quinta-feira.
O metal precioso rompeu de forma decisiva o intervalo de oscilação em que estava desde o pico registrado em 20 de agosto, impulsionado por dados inflacionários mistos dos EUA e expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed).
De acordo com o analista técnico Joaquin Monfort, o catalisador inicial para essa alta foi a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) nos Estados Unidos referente a agosto.
“Embora o núcleo do PPI tenha permanecido alto, o mercado reagiu aos dados de desaceleração do índice geral como se fossem desinflacionários”, explicou Monfort. Esse cenário fez com que o ouro se fortalecesse, atraindo investidores em busca de proteção contra a inflação.
O debate sobre o próximo movimento do Fed também influenciou positivamente o preço do ouro durante a sessão asiática de sexta-feira. “A discussão sobre um possível corte de 0,50% ou 0,25% nas taxas de juros reacendeu o rali do ouro”, afirmou Monfort.
A especulação aumentou após a divulgação de um artigo de Nick Timiraos, um dos principais observadores do Fed pelo The Wall Street Journal, e comentários de William Dudley, ex-presidente do Fed de Nova York, sugerindo que um corte maior deveria ser considerado.
Com a possibilidade de um corte de juros mais agressivo, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA caíram, o dólar se desvalorizou, e o ouro ganhou ainda mais fôlego. “Taxas de juros mais baixas são benéficas para o ouro, pois reduzem o custo de oportunidade de manter um ativo que não gera juros, tornando-o mais atraente para os investidores”, ressaltou o analista.
Análise técnica: preço do ouro continua em tendência de alta
Do ponto de vista técnico, o ouro quebrou a resistência de US$ 2.531 e atingiu o alvo anterior de US$ 2.550, que foi projetado após o rompimento inicial da faixa de preço em agosto. “A tendência de longo prazo permanece claramente de alta, o que favorece uma continuação do movimento ascendente”, destacou Monfort. O próximo objetivo de preço está em torno de US$ 2.590.
Apesar do otimismo, Monfort adverte sobre o risco de uma correção de curto prazo. “O ouro está sobrecomprado de acordo com o Índice de Força Relativa (RSI), o que sugere que investidores de longo prazo devem evitar aumentar suas posições no momento”, aconselhou. Caso o RSI saia da zona de sobrecompra, uma correção pode ocorrer, com suporte em US$ 2.550 ou mais firme em US$ 2.531, o antigo recorde.
Ainda assim, o analista reforça que a tendência de alta permanece intacta em todos os prazos. “Qualquer correção será temporária, e o movimento de alta deve retomar, levando o metal amarelo a novos patamares”, concluiu Monfort.