O preço do ouro recuou ligeiramente após atingir um novo recorde histórico de aproximadamente US$ 2.590 por onça na manhã desta segunda-feira (16), sendo negociado em torno de US$ 2.582.
Segundo o analista Haresh Menghani, essa retração intradiária pode ser atribuída a uma realização de lucros, em meio a um sentimento de risco positivo no mercado, o que tende a enfraquecer o metal precioso, tradicionalmente considerado um porto seguro. No entanto, Menghani observa que qualquer queda significativa parece limitada, devido às expectativas de um afrouxamento agressivo da política monetária pelo Federal Reserve (Fed).
De acordo com o analista, o mercado já começou a precificar a possibilidade de um corte de 50 pontos base na taxa de juros pelo Fed ainda esta semana. “Dados divulgados na semana passada trouxeram mais evidências de que a inflação nos Estados Unidos está diminuindo”, afirmou Menghani.
Esse cenário mantém os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e o dólar próximos das mínimas de 2024, fatores que devem continuar impulsionando o preço do ouro. No entanto, Menghani destaca que os investidores podem estar esperando o início da reunião de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) nesta terça-feira (17) antes de fazer grandes apostas.
Além disso, o mercado estará atento às atualizações de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco do Japão (BoJ), que ocorrerão na quinta e sexta-feira, respectivamente. Essas decisões podem trazer volatilidade adicional aos mercados e influenciar diretamente o preço do ouro.
Ainda assim, o analista ressalta que “o cenário fundamental permanece favorável aos compradores e sugere que o caminho de menor resistência para o XAU/USD é para cima”. Portanto, qualquer correção mais expressiva no preço pode ser vista como uma oportunidade de compra.
Análise Preço do Ouro
Segundo o CME Group, há atualmente mais de 50% de chance de que o Fed faça um corte de 50 pontos base nos juros, o que reforça o sentimento de alta para o ouro. Menghani observa que, “a recente desaceleração no Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e no Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos EUA fornece mais evidências de que as pressões inflacionárias estão se aliviando”. Esse contexto enfraquece o dólar e, por sua vez, favorece o ouro.
No cenário geopolítico, eventos como a guerra prolongada entre Rússia e Ucrânia e a instabilidade crescente no Oriente Médio também têm fornecido suporte adicional ao metal precioso. Além disso, relatos de uma segunda tentativa de assassinato contra o candidato presidencial republicano Donald Trump em seu clube de golfe na Flórida no último domingo reforçaram a demanda por ativos de refúgio, como o ouro.
Do ponto de vista técnico, Menghani acredita que o ouro está em uma tendência ascendente bem estabelecida desde junho, com resistência significativa em torno da marca de US$ 2.600.
“Se esse nível for rompido de forma decisiva, podemos ver o ouro pavimentando o caminho para mais valorização”, prevê o analista. Contudo, ele alerta que o Índice de Força Relativa (RSI) está próximo de entrar na zona de sobrecompra, o que exige cautela por parte dos investidores. Em caso de correções, o suporte imediato está na faixa de US$ 2.565 a US$ 2.564, seguido pela marca psicológica de US$ 2.500.