Selic: Analistas comentam impacto da manutenção da taxa

Por Luciano Rodrigues
Selic - Analistas comentam impacto da manutenção da taxa - Imagem: Dall-E

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa Selic em 10,5%, nessa última quarta-feira (19), está trazendo diversas consequências para a economia brasileira.

Ao mesmo tempo que alguns setores, principalmente do governo federal e, inclusive, o presidente Lula, criticam a manutenção da taxa, há quem aponte que a medida fortalece os investimentos em renda fixa, mas impõe desafios significativos ao mercado imobiliário.

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A decisão de manter a Selic em 10,5% ao ano traz benefícios para a renda fixa, mas desafios significativos para o mercado imobiliário e o poder de compra dos cidadãos.

A inflação continua a ser uma preocupação, especialmente para as famílias de renda baixa, enquanto o setor da construção civil sofre com juros altos e falta de mão de obra qualificada.

A expectativa é que a manutenção da Selic ajude a estabilizar a economia e ancorar as expectativas inflacionárias, mas os desafios econômicos permanecem significativos.

O setor da construção civil enfrenta desafios adicionais com a Selic alta.

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A aquisição de moradias se torna mais difícil e a falta de mão de obra qualificada aumenta os custos, que são repassados para os preços dos imóveis.

O dissídio da construção civil em São Paulo teve o maior ganho real em 20 anos, refletindo a pressão sobre o setor.

Analistas apontam pontos positivos e negativos da manutenção da Selic

Segundo Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, a alta da Selic beneficia os investimentos em renda fixa, proporcionando maior rentabilidade em títulos públicos, CDBs, letras de crédito e debêntures.

No entanto, ele destaca que o Brasil enfrenta uma crise econômica com um déficit recorde nas contas públicas, onde os gastos governamentais exorbitantes não resultam em melhorias significativas para a população.

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André Colares, CEO da Smart House Investments, ressalta que enquanto os custos de financiamento imobiliário permanecem altos, dificultando o acesso a novos financiamentos, os FIIs de papel se beneficiam das altas taxas de juros.

Em contrapartida, os FIIs de tijolo enfrentam dificuldades devido ao menor crescimento econômico e à menor demanda por imóveis comerciais e residenciais.

Para o cidadão comum, a manutenção da Selic elevada significa uma política monetária contracionista, que reduz o poder de compra e impacta preços de itens básicos, contas de energia e combustíveis, conforme explica Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos, que também aponta que essa situação dificulta o acesso a empréstimos e financiamentos.

Volnei Eyng, CEO da Multiplike, observa que a manutenção da Selic fortalece a migração da renda variável para a renda fixa, considerada mais segura por oferecer previsibilidade e menor risco.

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Dados da B3 indicam que, apesar da entrada de investidores estrangeiros, houve uma retirada significativa de recursos do mercado de capitais nacional.

Jefferson Laatus, estrategista-chefe do grupo Laatus, considera a decisão do Copom acertada para evitar um aumento na inflação, mas, no entanto, as famílias de renda muito baixa sentem mais o impacto.

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que a inflação para essas famílias foi maior que a média em 2024.

 

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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