- Bots de ‘Alunos Fantasmas’ roubam milhões em auxílio estudantil.
- Professores precisam identificar alunos reais e falsos.
- Fraude aumentou com aulas online durante a pandemia.
Durante a pandemia, as aulas online se tornaram a norma em faculdades comunitárias nos Estados Unidos. No entanto, essa mudança trouxe um problema inesperado: bots se passando por alunos reais para fraudar auxílios financeiros. A situação tem causado preocupação entre professores e administradores, que agora precisam identificar alunos reais em meio a perfis automatizados.
DE acordo com uma reportagem da SFGate, Robin Pugh, professora do City College de São Francisco, notou um aumento significativo de “alunos fantasmas” em seus cursos online. Durante o semestre de primavera, ela precisou cortar 11 alunos que nunca participaram das aulas, mais do que o dobro do habitual.
Especialistas em segurança cibernética chamam esses perfis fraudulentos de “alunos fantasmas”, que utilizam robôs com inteligência artificial para simular a participação em aulas. O objetivo é desviar milhões de dólares em auxílio financeiro, prejudicando estudantes reais que dependem desses recursos.
Alunos Fantasmas se intensificam com avanço da IA
O problema se agravou desde o início de 2021. Wendy Brill-Wynkoop, presidente da Associação de Professores de Faculdades Comunitárias da Califórnia, explicou que os primeiros sinais apareceram quando identificou números de identificação sequenciais entre alunos, o que é incomum. Alguns bots conseguem até completar tarefas simples no ambiente virtual, dificultando ainda mais a identificação.
De acordo com John Hetts, vice-reitor executivo de pesquisa do sistema de faculdades comunitárias, esses falsos alunos causam mais problemas além do desvio de verba. Eles sobrecarregam os professores e prejudicam a matrícula de alunos reais. Embora o número de bots seja pequeno, qualquer caso relatado representa apenas tentativas detectadas e bloqueadas.
As instituições têm adotado ferramentas de verificação adicionais, como o ID.me, que oferece autenticação multifatorial online. Mesmo assim, os fraudadores evoluem rapidamente, explorando tecnologias como Claude AI e Manus, agentes de IA autônomos capazes de executar tarefas complexas e se matricular sem supervisão humana.
Nicole Albo-Lopez, vice-reitora do Distrito de Faculdades Comunitárias de Los Angeles, relatou que uma de suas faculdades, predominantemente hispânica, se tornou majoritariamente branca em uma semana, indicando um claro sinal de fraude.
Especialistas alertam que os custos para manter sistemas seguros estão aumentando. A UC Berkeley já investiu milhões em segurança cibernética, enquanto Nick Merrill, pesquisador de segurança cibernética, expressa preocupação com a rapidez da evolução das ferramentas de IA.
Enquanto a luta contra os bots continua, os professores esperam que mais investimentos em tecnologia e segurança ajudem a reduzir o problema. No entanto, a realidade é que os criminosos seguem se adaptando, e as faculdades terão que monitorar constantemente suas políticas e processos.