Ben Affleck minimiza impacto da IA em Hollywood e incentiva confiança nos artistas e criadores

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

Durante uma entrevista na semana passada com a CNBC, o ator e diretor Ben Affleck deu uma declaração visando tranquilizar os profissionais de Hollywood sobre o impacto da inteligência artificial (IA) na indústria cinematográfica.

O astro de diversas produções como Batman Vs Superman, Liga da Justiça, Dogma e Garota Exemplar argumentou que, embora a tecnologia tenha evoluído rapidamente, ela ainda não consegue substituir atores e roteiristas e não o fará em um futuro próximo.

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Affleck, que administra um estúdio de cinema ao lado do também ator Matt Damon, com quem contracenou algumas vezes no cinema, explicou que os sistemas de IA atualmente apenas replicam padrões e imitam estilos existentes, sem a capacidade de criar algo com profundidade emocional ou inovação genuína.

A IA pode escrever um verso imitativo que pareça elizabetano, mas ela não pode criar Shakespeare.

Segundo Affleck, a própria natureza criativa e colaborativa do cinema coloca a indústria como uma das últimas a sofrer impactos substanciais da automação.

Ele destacou que, ao invés de destruir empregos, a IA pode gerar novas oportunidades ao permitir que roteiristas e atores se concentrem em aspectos mais criativos e desafiadores de seus trabalhos, deixando tarefas repetitivas para as máquinas.

No entanto, Affleck reconheceu que o setor de efeitos visuais pode enfrentar desafios mais imediatos.

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Com os avanços em IA generativa, ferramentas capazes de criar cenários e personagens realistas podem reduzir a necessidade de profissionais em áreas técnicas de pós-produção.

Apesar disso, ele enfatizou que a criatividade e a sensibilidade artística ainda são elementos insubstituíveis.

Affleck apresenta tom otimista em meio à incerteza

O posicionamento de Affleck contrasta com os receios de sindicatos de atores e roteiristas que organizaram greves recentes para exigir garantias contra o uso descontrolado de IA na indústria.

Enquanto os protestos refletem preocupações legítimas, o cineasta acredita que o impacto da tecnologia na produção de filmes será mais gradual do que apocalíptico.

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Ele também demonstrou conhecimento técnico ao explicar conceitos básicos sobre arquiteturas de IA, como transformadores, e incentivou os profissionais da indústria a abraçarem as possibilidades oferecidas pela tecnologia sem perder de vista o valor da criatividade humana.

Para Affleck, Hollywood pode continuar sendo uma força impulsionada pela imaginação, enquanto usa a IA como ferramenta para complementar, e não substituir, o trabalho humano.

Já muitos profissionais temem o uso de suas imagens sem autorização, principalmente aqueles que não são grandes estrelas e muitas vezes aparecem em pequenos papeis em filmes ou como figurantes, sabem que podem ser recriados por um banco de dados de IA e ficarem desempregados.

Recentemente, uma greve envolvendo artistas ocorreu no setor, em busca de garantir os direitos e limites do uso de IA.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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