A busca por vida extraterrestre tem evoluído consideravelmente, e agora, com o avanço da tecnologia, a inteligência artificial (IA) se tornou uma ferramenta essencial para detectar possíveis sinais de civilizações alienígenas.
O Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI) é uma das principais organizações a utilizar IA para analisar grandes volumes de dados em busca de “fenômenos projetados” no espaço.
Com a quantidade de dados espaciais crescendo exponencialmente, os métodos tradicionais de análise se tornaram insuficientes. Segundo Bill Diamond, presidente do SETI, o uso da inteligência artificial é cada vez mais necessário para acompanhar o ritmo dos dados gerados.
A IA permite processar uma quantidade massiva de informações, identificando sinais que possam ser de origem alienígena. “Você simplesmente não consegue acompanhar esse tipo de dado usando análise convencional”, disse Diamond.
A tecnologia está sendo aplicada em projetos como o Very Large Array, no Novo México, que coleta cerca de três terabytes de dados por segundo. A IA é treinada para identificar padrões incomuns, como transmissões de rádio que não pareçam naturais, mas que possuam características que podem indicar uma origem inteligente.
Inteligência artificial na detecção de fenômenos incomuns
Embora a IA tenha detectado fenômenos curiosos, até agora, nenhum deles foi confirmado como uma “tecnoassinatura” de vida alienígena. O SETI ainda está em fase de desenvolvimento dessas ferramentas e espera que, em breve, os resultados comecem a surgir de forma mais clara. Além disso, a abordagem mais aberta adotada pelo instituto é fundamental para aumentar as chances de sucesso.
“Em vez de procurar por um tipo específico de coisa, como uma portadora de banda estreita, podemos simplesmente dizer: ‘Mostre-me qualquer coisa que se desvie da norma'”, explicou Diamond, reforçando que a IA está programada para identificar qualquer anomalia.
Não apenas o SETI, mas também outros órgãos como a NASA têm investido fortemente em IA para melhorar suas investigações espaciais. Pesquisadores da Universidade Northwestern, por exemplo, estão usando IA para identificar supernovas rapidamente, e o Telescópio Nancy Grace Roman, que será lançado em 2027, também utilizará IA para estudar a matéria escura.
Apesar das críticas, como as de Mitch Horowitz, historiador e especialista em fenômenos extraterrestres, que aponta que a IA pode, por vezes, enganar, a tecnologia promete transformar a forma como exploramos o universo.
“Temos uma longa história de criar ferramentas que tanto nos informam quanto nos enganam”, alerta Horowitz. No entanto, a comunidade científica segue otimista sobre o potencial da IA na detecção de vida fora da Terra.