De Coringa a Jesus: criadora de memes virais Viggle AI se envolve em polêmica ao admitir que usa YouTube para treinamento de IA

Por Luciano Rodrigues
Criadora de memes virais Viggle AI se envolve em polêmica ao admitir que usa YouTube para treinamento de IA - Imagem: Dall-E

A Viggle, uma startup canadense de inteligência artificial, ganhou notoriedade recentemente com uma série de memes virais que circularam amplamente nas redes sociais, como vídeos que remixam o rapper Lil Yachty durante sua performance em um festival de música.

Em um dos exemplos mais comentados, o famoso personagem Coringa, interpretado por Joaquin Phoenix, substitui Lil Yachty no palco, arrancando risadas e compartilhamentos por toda a internet. Outro vídeo popular mostra Jesus Cristo animando uma multidão, um conteúdo que chamou a atenção pela criatividade e inovação.

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A tecnologia por trás desses vídeos é o JST-1, um modelo de vídeo 3D desenvolvido pela Viggle que, segundo a empresa, possui uma “compreensão genuína da física”.

O CEO da Viggle, Hang Chu, afirma que o grande diferencial do modelo é a capacidade de gerar movimentos realistas, algo que outros modelos de IA muitas vezes falham em fazer.

Estamos essencialmente construindo um novo tipo de mecanismo gráfico, mas puramente com redes neurais.”

Viggle e a polêmica do uso de dados do YouTube

Enquanto os memes e vídeos gerados pela Viggle conquistam a internet, a startup também se vê no centro de uma polêmica.

Durante uma entrevista recente ao TechCrunch, Chu confirmou que a Viggle utiliza vídeos do YouTube como parte do treinamento de seus modelos de IA.

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Essa revelação gerou preocupações, especialmente após declarações do CEO do YouTube, Neal Mohan, que em abril classificou essa prática como uma “clara violação” dos termos de serviço da plataforma.

Após a entrevista, a Viggle tentou retratar a declaração inicial de Chu, mas posteriormente confirmou que utiliza sim vídeos do YouTube em seu treinamento de IA.

A empresa enfatizou que toma cuidados para garantir a conformidade com os termos de serviço e que prioriza relacionamentos fortes com plataformas como o YouTube.

Essa situação coloca a Viggle em uma zona cinzenta, já que o uso de conteúdo do YouTube para treinamento de IA sem autorização prévia não é permitido.

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O caso da Viggle não é isolado; outras empresas de tecnologia também enfrentam questionamentos semelhantes, mas a transparência de Chu ao admitir o uso desses dados é rara no setor.

A Viggle continua avançando em suas operações, oferecendo uma versão gratuita e limitada de seu modelo de IA, além de uma assinatura paga.

A startup, que recentemente levantou US$ 19 milhões em uma rodada de investimentos, planeja expandir suas capacidades e, possivelmente, licenciar sua tecnologia para estúdios de cinema e videogame.

Contudo, as implicações éticas e legais de seu uso de dados continuam a pairar sobre a empresa e a revelação de uso do YouTube para treinamento de IA pode impedir o avanço.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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