Deepfakes estão preocupando em eleições na Índia

Por Luciano Rodrigues
Deepfakes estão preocupando em eleições na Índia - Imagem: Dall-E

As deepfakes criadas com uso de inteligência artificial (IA) estão transformando o cenário político na Índia. A votação, que começou em abril, é a maior do mundo, com cerca de 1 bilhão de eleitores.

Deepfake é uma técnica que cria vídeos e áudios extremamente realistas, porém falsos, utilizando o rosto e a voz de uma pessoa específica. Desde o início da campanha, mais de 50 milhões de ligações falsas foram feitas por AI, e muitos políticos têm criado deepfakes de si mesmos.

Na Índia, com mais de 20 línguas oficiais e milhares de dialetos, além de 1,5 bilhão de celulares, os políticos veem nos deepfakes uma maneira eficiente de alcançar mais eleitores. A técnica permite uma comunicação mais intimista sem a necessidade de viajar por todo o país.

Empresas especializadas em deepfakes cobram mais de US$ 50 mil por campanha. O candidato grava suas mensagens em um estúdio com tela verde, e a tecnologia faz o resto, criando vídeos personalizados em diversos idiomas e dialetos.

Deepfake preocupa eleitores e autoridades

No entanto, esse movimento tem gerado preocupações entre os eleitores, que encontram dificuldades em distinguir o que é real do que é falso. Quase 75% dos indianos já se depararam com um deepfake nos últimos 12 meses, levantando questões sobre a integridade das informações durante o processo eleitoral.

A utilização de deepfakes não se limita apenas a candidatos, mas também a partidos políticos que buscam influenciar eleitores de maneira mais eficaz. A IA oferece uma ferramenta poderosa, mas também perigosa, capaz de manipular percepções e impactar decisões de voto.

A proliferação de deepfakes nas eleições indianas destaca a necessidade urgente de regulamentações mais rígidas para controlar o uso dessa tecnologia. Especialistas em segurança cibernética alertam que, sem uma supervisão adequada, os deepfakes podem minar a confiança pública nas instituições democráticas.

Além disso, a educação dos eleitores sobre a existência e os riscos dos deepfakes é crucial. Campanhas de conscientização podem ajudar a reduzir a influência negativa dessa tecnologia e promover um ambiente eleitoral mais transparente e justo.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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