DeepSeek no olho do furacão: elogios da Apple e barreiras globais revelam desafios da IA chinesa

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

A DeepSeek, startup chinesa de IA, que virou protagonista nesta semana ao ameaçar o reinado, até então incontestável das empresas americanas, recebeu declarações surpreendentes de Tim Cook, CEO da Apple.

Cook classificou os modelos da empresa asiática como “inovação que impulsiona a eficiência” durante teleconferência de resultados.

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O CEO não apenas elogiou a eficiência da DeepSeek, mas também revelou que a Apple mantém um modelo híbrido de IA.

Segundo disse, tarefas simples são processadas localmente nos chips dos iPhones, enquanto operações complexas são delegadas à nuvem via parcerias.

Atualmente, a OpenAI (criadora do ChatGPT) é a única colaboradora oficial, mas o executivo deixou claro que a estratégia não é exclusiva.

A Apple, segundo Cook, adota sempre uma abordagem “prudente e deliberada”.

O posicionamento ganha ainda mais relevância após a OpenAI acusar a rival de usar seus modelos para treinar os próprios sistemas por meio de “destilação”.

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O comentário também chega ao mesmo tempo em que o Pentágono, nos EUA, e a Itália, restringirem o uso do serviço em meio a preocupações com segurança nacional e proteção de dados.

DeepSeek enfrenta desafios para ganhar confiança

Enquanto a Apple navega por críticas sobre o impacto modesto do “Apple Intelligence” nas vendas de iPhone, a DeepSeek enfrenta turbulências além do mercado.

Nos EUA, funcionários do Departamento de Defesa conectaram-se inadvertidamente a servidores chineses da plataforma.

A prática ignorou alertas sobre termos de serviço que submetem dados à legislação local, incluindo cooperação com agências de inteligência.

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O Pentágono reagiu bloqueando o acesso em parte de suas redes, seguindo exemplo da Marinha Americana, que já havia banido o serviço antes disso.

Do outro lado do Atlântico, a Itália decretou bloqueio total ao DeepSeek após a empresa não esclarecer como coleta, armazena e utiliza dados pessoais.

A autoridade de proteção de dados do país destacou a falta de transparência sobre a base legal para processamento de informações, especialmente porque os servidores estão na China.

A medida, de “efeito imediato”, ocorreu dias após o chatbot chinês superar o ChatGPT em downloads na App Store.

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O da DeepSeek que agitou o mercado acionário, levou empresas norte-americanas a perderem até R$ 6 trilhões (US$ 1 trilhão), segundo estimativas, e ampliou debates sobre soberania tecnológica.

Apesar das polêmicas, a DeepSeek segue atraindo interesse com custo até 80% menores que os de concorrentes ocidentais, estratégia que a colocou no topo das lojas de aplicativos.

Analistas, porém, questionam se a eficiência anunciada é real: rumores sugerem que seus modelos consumiram mais recursos de GPU e custos computacionais do que o divulgado.

Enquanto governos ocidentais erguem barreiras, a empresa chinesa segue avançando, tendo anunciado o Janus-Pro, um concorrente ao Dall-E, popular criador de imagens da OpenAI.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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