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- DeepSeek revoluciona o uso de IA para apoio emocional na China.
- Chatbot se destaca ao revelar processo de pensamento antes de responder.
- Censura e privacidade levantam debates sobre o uso do DeepSeek.
O aplicativo de inteligência artificial DeepSeek vem se tornando um verdadeiro conselheiro emocional para milhares de jovens na China. Desde seu lançamento em janeiro deste ano, o chatbot ganhou destaque por oferecer respostas empáticas e reflexivas, ajudando usuários a lidarem com suas emoções e desafios pessoais.
Reportagem da BBC destaca alguns casos, como por exemplo, da jovem Holly Wang (nome trocado para manter o sigilo), de 28 anos, que utiliza o DeepSeek diariamente antes de dormir. O aplicativo a ajudou a processar a morte de sua avó, oferecendo respostas que ressoaram tão profundamente que chegaram a emocioná-la.
DeepSeek tem sido um conselheiro incrível. Ele me ajudou a olhar as coisas de diferentes perspectivas e faz um trabalho melhor do que os serviços de aconselhamento pagos que tentei.
DeepSeek: além da IA tradicional
O modo R1 do DeepSeek, diferente de ChatGPT e Gemini, que inclusive são bloqueados na China, se destaca ao revelar seu “processo de pensamento” antes de gerar respostas. Essa abordagem conquistou usuários que buscam mais do que apenas um assistente de tarefas, mas um espaço seguro para desabafar e encontrar conforto.
O crescimento do DeepSeek também reflete uma demanda gradativa por apoio psicológico na China, especialmente entre os jovens. Fatores como a economia lenta, o desemprego e os impactos da Covid-19 contribuíram para um aumento nos casos de ansiedade e depressão.
Além disso, o alto custo e limitação de serviços de saúde mental no país, tornam o DeepSeek uma alternativa acessível.
Apesar dos elogios, o DeepSeek não escapa das regras rígidas do governo chinês. O chatbot evita responder questões sensíveis, como o massacre da Praça da Paz Celestial e a soberania de Taiwan. Muitos usuários afirmam que não se preocupam com questões políticas, como censura a assuntos delicados para a China, priorizando o apoio emocional oferecido pelo app.
Nan Jia, coautora de um artigo sobre o potencial da IA em oferecer suporte emocional, sugere que esses chatbots podem “ajudar as pessoas a se sentirem ouvidas” de maneiras que outros humanos não conseguem.
Ela enfatiza, no entanto, que pessoas com problemas graves de saúde mental não devem confiar nesses aplicativos.
Aqueles que têm necessidades médicas, em particular, devem procurar ajuda de profissionais treinados… O uso de IA terá que ser examinado muito de perto.