Depois de enfrentar o ChatGPT, DeepSeek lança o Janus-Pro e quer superar DALL-E 3

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

Depois de abalar o mundo e provocar a perde de até R$ 6 trilhões (US$ 1 trilhão) em empresas americanas, com o lançamento viral de um chatbot de inteligência artificial, a startup chinesa DeepSeek acaba de lançar a família Janus-Pro: modelos multimodais capazes de gerar e analisar imagens, prometendo superar o consagrado DALL-E 3, da OpenAI.

Os arquivos já estão disponíveis para download no Hugging Face, plataforma preferida de desenvolvedores, sob licença MIT — o que permite uso comercial sem barreiras.

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Com tamanhos que variam de 1 bilhão a 7 bilhões de parâmetros (indicadores de capacidade de processamento), os modelos chamam atenção pela eficiência.

Embora limitados a imagens de 384 x 384 pixels, o Janus-Pro-7B, maior da linha, superou o DALL-E 3 em dois testes públicos: GenEval e DPG-Bench.

A lista de concorrentes ultrapassados inclui ainda o PixArt-alpha, da Adobe, e o Stable Diffusion XL, da Stability AI.

Como funciona o Janus-Pro

A surpresa está nos detalhes técnicos. Enquanto gigantes como OpenAI e Google priorizam modelos com trilhões de parâmetros, a DeepSeek aposta em estruturas enxutas.

Em publicação no Hugging Face, a empresa descreve o Janus-Pro como uma “arquitetura autorregressiva unificada”, capaz de igualar ou superar modelos especializados com menos recursos.

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A simplicidade, alta flexibilidade e eficácia do Janus-Pro o tornam um forte candidato para modelos multimodais unificados de próxima geração. – afirmou a equipe.

O segredo estaria no treinamento. Assim como seus chatbots, que conquistaram Wall Street com técnicas de eficiência computacional, os modelos Janus-Pro foram desenvolvidos para operar com baixo custo energético — um diferencial em meio à escassez global de chips.

A estratégia reflete o DNA da DeepSeek: financiada pela High-Flyer Capital, empresa de investimentos quantitativos, a startup nasceu para resolver problemas complexos com soluções enxutas.

O sucesso recente, porém, acendeu alertas. Após seu chatbot dominar as paradas da App Store, analistas questionam se os EUA conseguirão manter a liderança na corrida tecnológica.

O grande problema é que a China não está apenas copiando, mas inovando em eficiência e custos.

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Para usuários comuns, a novidade vem em duas frentes: acesso e velocidade.

Ao liberar os modelos como o Janus-Pro gratuitamente, a DeepSeek democratiza ferramentas antes restritas a empresas com orçamentos bilionários.

Designers e pequenos desenvolvedores já comemoram a chance de experimentar IA generativa sem pagar licenças caras — ainda que a resolução das imagens seja inferior à de concorrentes.

Restam dúvidas, é claro.

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Especialistas destacam que benchmarks não capturam totalmente a qualidade artística, ponto forte do DALL-E 3, o que pode limitar o uso profissional.

Mas o recado da DeepSeek é claro: o futuro da IA não será definido apenas por quem tem mais recursos, mas por quem sabe otimizá-los.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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