- Crianças com Family Link terão acesso ao chatbot Gemini.
- Google afirma que não usará dados infantis para treinar IA.
- Unesco recomenda limites e proteção em uso educacional da IA.
O Google vai permitir, a partir da próxima semana, que crianças menores de 13 anos acessem o chatbot Gemini. Até então, o recurso estava disponível apenas para maiores de 14 anos.
O recurso estará disponível para contas infantis gerenciadas pelos pais por meio do serviço Family Link, segundo informações divulgadas pelo The New York Times.
O Family Link oferece aos pais o controle sobre o uso de ferramentas digitais pelos filhos, incluindo restrições de conteúdo e monitoramento de atividades. Agora, o Gemini entra na lista de serviços disponíveis para crianças, com filtros e limitações especiais voltados para a segurança desse público mais jovem.
De acordo com um porta-voz do Google, a empresa não usará as interações dessas crianças para treinar seus modelos de IA. A decisão marca uma nova etapa na corrida por tornar os chatbots populares entre públicos mais amplos, especialmente entre os nativos digitais que já crescem cercados por tecnologia.
Gemini é só mais uma IA que pode ameaçar crianças
A medida reacende discussões sobre segurança digital e educação infantil. Em 2023, a Unesco alertou governos sobre os riscos de adoção precoce da inteligência artificial nas escolas. A organização recomendou restrições de idade, proteção de dados e regulamentações específicas para proteger crianças de impactos negativos.
Apesar dos alertas, empresas de tecnologia continuam a investir em interfaces voltadas para o público infantil, de olho na formação de novos hábitos de uso. O acesso ao Gemini será condicionado à ativação dos pais, o que permite algum controle, mas não elimina os riscos de exposição a respostas imprecisas ou inadequadas.
Com a nova iniciativa, o Google testa os limites entre inovação e responsabilidade. A expansão do Gemini para menores representa mais um passo na popularização da IA, mas exige atenção redobrada da sociedade e dos responsáveis.
Outras plataformas, como Instagram e TikTok, também têm enfrentado desafios com suas ferramentas para menores de 13 anos.