Grupo vaza Sora, ferramenta de vídeo da OpenAI, e denuncia práticas injustas com artistas

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

Um grupo identificado como “Sora PR Puppets” publicou na plataforma Hugging Face um acesso não autorizado ao Sora, o gerador de vídeo da OpenAI, a quem acusam de práticas que consideram “lavagem de arte” e “duplicidade” no uso de criadores como testadores.

A ferramenta, que ainda está em fase de testes privados, permite criar clipes de até 10 segundos com base em descrições de texto e o vazamento chamou atenção para práticas as acusações do grupo.

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O frontend criado pelo grupo utilizava tokens de autenticação do sistema de acesso antecipado para oferecer a qualquer usuário a possibilidade de gerar vídeos em até 1080p.

A OpenAI rapidamente revogou o acesso, mas o impacto da ação gerou debates nas redes sociais e críticas às políticas de desenvolvimento e transparência da empresa.

O grupo acusa a OpenAI de utilizar centenas de artistas no programa de acesso antecipado sem remuneração justa, enquanto a empresa molda a narrativa pública sobre o Sora.

Segundo o protesto, os criadores estão submetidos a controles rígidos, incluindo a necessidade de aprovação para compartilhar produções, e apenas alguns deles ganham visibilidade no material promocional do Sora.

Em um comunicado, o grupo afirmou:

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Não somos contra o uso de IA nas artes, mas discordamos das condições em que a OpenAI conduz este programa. Queremos mais abertura, apoio real aos artistas e menos propaganda.

Críticas apontam exploração de artistas e falta de clareza no desenvolvimento da Sora

A OpenAI, avaliada em bilhões de dólares, defendeu-se dizendo que o programa é voluntário e fornece acesso gratuito à ferramenta, além de subsídios e eventos para apoiar os criadores.

No entanto, não detalhou quais são os termos de “uso responsável” nem especificou os critérios para divulgação de conteúdos criados com o Sora.

Além das críticas éticas, o Sora enfrenta obstáculos tecnológicos.

Testes iniciais indicaram que a ferramenta apresenta problemas de consistência em estilos e personagens e tempos elevados de processamento.

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Enquanto isso, concorrentes como Stability AI e Runway avançam com parcerias importantes, incluindo estúdios de Hollywood.

O vazamento do Sora não apenas expôs falhas na gestão da OpenAI, mas também acendeu discussões sobre os limites éticos no uso de IA criativa, evidenciando a necessidade de maior transparência e respeito aos criadores.

A OpenAI, que  começou em 2015 como uma organização sem fins lucrativos focada em pesquisa de IA, vem recebendo diversas críticas por ter mudado para um modelo híbrido de “lucro limitado” em 2019, para atrair mais investimentos.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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