Mais um estudo revela que IA aumenta a taxa de detecção de câncer de mama sem elevar falsos positivos

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

Um estudo realizado pela Universidade de Lübeck, na Alemanha, confirmou a eficácia da inteligência artificial (IA) no rastreio do câncer de mama.

Ao integrar a IA no processo de análise de mamografias, os pesquisadores observaram um aumento na taxa de detecção da doença sem que houvesse um aumento na taxa de falsos positivos.

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O estudo, publicado no The Journal Nature Medicine, analisou os dados de quase 462 mil mulheres e forneceu evidências de que a IA pode aprimorar os programas de rastreamento, beneficiando o diagnóstico precoce.

O estudo analisou 461.818 mulheres na Alemanha, entre 50 e 69 anos, que participaram de um programa nacional de rastreio.

Para uma parte desse grupo, uma ferramenta de IA foi aplicada em tempo real, enquanto os radiologistas analisaram os exames de outros participantes sem o auxílio da tecnologia.

IA no rastreamento do câncer de mama teve resultado promissor

O resultado foi promissor: a IA conseguiu detectar um caso adicional de câncer para cada mil mulheres examinadas.

A IA utilizada no estudo não só classificou os exames como “normais” quando não encontrou suspeitas, mas também acionou um alerta de “rede de segurança” quando identificou um exame suspeito que havia sido negligenciado pelo radiologista.

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Quando essa rede de segurança foi acionada, ela destacou a área que precisava de uma análise mais aprofundada.

Esse processo gerou 3.959 alertas, resultando em 204 diagnósticos corretos, mas também falhou em 20 diagnósticos, não identificando alguns casos de câncer.

A taxa de detecção no grupo com a ferramenta de IA foi de 6,7%, mas ao considerar fatores como a idade das mulheres e dos radiologistas, a diferença na taxa de detecção aumentou para 17,6%.

Esses números demonstram que a aplicação da IA não apenas melhora a precisão, mas também facilita o trabalho dos radiologistas, ao reduzir a carga de exames a serem analisados manualmente.

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A especialista Kristina Lång, da Universidade de Lund, na Suécia, alertou para a necessidade de acompanhamento a longo prazo, ressaltando que os resultados são encorajadores, mas que ainda são necessários estudos para garantir que a IA consiga detectar casos de câncer em estágios iniciais e clinicamente relevantes, pois a detecção precoce pode ser decisiva na luta contra a doença.

Com o apoio da inteligência artificial, o futuro do rastreamento do câncer de mama pode se tornar mais eficiente, preciso e menos oneroso, contribuindo para a detecção precoce e a redução da mortalidade pela doença.

Outros estudos e iniciativas já demonstraram resultados positivos, como o realizado pela DeepHealth, uma empresa especializada em IA que pertence à RadNet, gigante do setor de radiologia, que envolveu 747.604 mulheres durante um período de 12 meses.

Além disso, recentemente, a startup Salva Health, divulgou um dispositivo chamado Julietta, atualmente em fase de testes clínicos em parceria com o Grupo Sura, uma grande seguradora colombiana, que utiliza inteligência artificial para calcular o risco de câncer de mama e sinalizar possíveis anomalias.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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