Inteligência Artificial está ajudando brasileiros a pegarem mais empréstimos imobiliários

Por Cássio Gusson
Inteligência Artificial está ajudando brasileiros a pegarem mais empréstimos imobiliários. Foto: Dall-e

De acordo com dados da McKinsey Global Institute (MGI), a IA Generativa pode impactar o setor de “real state”, que se refere à produção, compra e venda de propriedades físicas, em mais de R$ 180 bilhões.

Diante deste cenário, cada vez mais as empresas envolvidas no ramo têm buscado soluções na tecnologia para a otimização dos serviços, como é o caso da concessão de crédito, que é considerada a terceira maior dificuldade dos líderes imobiliários do Brasil, de acordo com dados de um levantamento realizado pela Brain em parceria com o GRI Club .

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Nesse sentido, a ferramenta tem sido amplamente utilizada na otimização das análises e no gerenciamento dos riscos de inadimplência que, atualmente, chegam a 1,4% dos financiamentos imobiliários, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Marina Perelló, Gerente de Negócios da fintech Soma, uma ferramenta de assessoria de crédito imobiliário baseada em IA, explica que a tecnologia está revolucionando a relação do brasileiro com o sistema de financiamento.

“O processo convencional da concessão de crédito no mercado imobiliário é lento e extremamente burocrático, além de não levar em conta outros aspectos que são relevantes na composição da renda e que configuram a realidade financeira do solicitante. Já o uso de IA acelera esse processo, coletando e processando os dados do requerente de forma rápida e eficiente, otimizando o processo através de análise preditiva.”, pontua Perelló.

Inteligência Artificial ajuda brasileiros

A especialista separou outras formas em que a IA está sendo aplicada na tomada de decisão.

Perfil financeiro

Uma atribuição interessante do uso da inteligência artificial no mercado imobiliário é a definição do perfil do consumidor através da análise avançada de dados, que permite a reunião de uma infinidade de informações bancárias, comportamentais e cadastrais em um único lugar.

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“Por meio de plataformas capazes de realizar uma profunda análise sobre o cliente, é possível traçar um modelo prático de busca de um imóvel, facilitando o processo de compra ao adequar a pesquisa à realidade do comprador. Assim, as propriedades que estão fora da capacidade de compra são descartadas com antecedência, agilizando o processo moroso de busca pela propriedade ideal”, destaca a Manager da Soma.

Hiperpersonalização

Ainda através da verificação de informações reunidas em um banco, a IA tem permitido uma personalização única no processo de compra. Além da criação de chatbots que permitem a interação constante e em tempo real com o consumidor, garantindo um atendimento próximo e individualizado, o open banking tem contribuído tanto para uma maior segurança para os bancos, quanto para o aumento da possibilidade de acesso ao financiamento.

“O que dificulta a concessão de crédito é a insegurança com relação à inadimplência. Por isso, com o compartilhamento de dados de um cliente entre as instituições financeiras, é possível elaborar produtos bancários individualizados, de acordo com a realidade econômica de cada cliente, e identificar possíveis fraudes e riscos de calotes, facilitando a concessão do crédito e a garantindo uma maior segurança das ações”, explica Perelló.

Outros critérios de renda

Outro ponto interessante destacado pela especialista é o rompimento do tradicionalismo das análises, que usualmente seguem regras pré-determinadas e inflexíveis.

“Os principais critérios utilizados para o cálculo do risco de inadimplência eram o histórico de crédito e o valor da renda. Agora é possível realizar uma análise mais individualizada, que leve em consideração as particularidades do requerente, as mudanças no seu comportamento financeiro e outras formas de renda, como ganhos com produção de conteúdo digital ou até rendimentos de criptoativos,, por exemplo.

Isso reflete os novos modelos de trabalho e consumo, e permite que as pessoas mais jovens e profissionais freelancers que até então tinham muita dificuldade de obter um financiamento, passem a ter acesso ao crédito”, finaliza.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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