Meta suspende ferramentas de IA no Brasil após intervenção da ANPD

Por Luciano Rodrigues
Meta suspende ferramentas de IA no Brasil após intervenção da ANPD - Imagem: Dall-E

A Meta, controladora do Instagram, Facebook e WhatsApp, anunciou nessa quarta-feira (17) a suspensão do acesso a recursos de inteligência artificial (IA) generativa em suas plataformas no Brasil, como o criador de figurinhas do WhatsApp.

A decisão segue a suspensão da nova política de privacidade da empresa pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que permitia o uso de informações dos usuários para treinar sistemas de IA.

A Meta informou que a suspensão das ferramentas de IA generativa, conhecidas como genAI, ocorre enquanto a empresa trabalha com a ANPD para responder a questionamentos sobre o uso de IA.

Dentro do planejamento da empresa para o Brasil estava o lançamento de robôs de IA generativa para o WhatsApp, Facebook e Instagram.

Meta já havia sofrido suspensão na União Europeia

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou em junho que seriam disponibilizados em português os recursos, como a criação de figurinhas personalizadas por IA no WhatsApp e Instagram, baseadas em comandos de texto.

A suspensão de serviços de IA no Brasil é semelhante ao que ocorreu na União Europeia, onde a Meta adiou o lançamento do chatbot Meta AI após questionamentos sobre privacidade.

A coleta de dados dos usuários pela Meta começou em junho, incluindo informações de vídeos, fotos e legendas postadas nas redes sociais para treinar seus modelos de IA.

A ANPD, em 2 de julho, proibiu a Meta de usar essas informações, alegando falta de transparência na mudança dos termos de privacidade e riscos de danos graves aos usuários.

Especialistas em privacidade de dados, como Pedro Martins do Data Privacy Brasil, consideraram a decisão da ANPD acertada, destacando a importância de proteger os direitos dos usuários.

A suspensão de ferramentas de IA no Brasil pela Meta traz à tona a discussão sobre os limites éticos e legais do uso de inteligência artificial e a proteção de dados dos usuários.

A medida pode incentivar melhores práticas de privacidade e transparência por parte das big techs no país.

Compartilhe:
Siga:
Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
Sair da versão mobile