Microsoft cria anúncio com IA e ninguém percebe por três meses

    • Microsoft usou IA para criar roteiro e cenas do anúncio dos Surface.
    • Ferramentas como Hailuo e Kling geraram vídeos a partir de imagens.
    • Processo economizou até 90% do tempo e custo de produção.

A Microsoft revelou que usou inteligência artificial generativa para criar partes importantes de um anúncio de um minuto promovendo os novos Surface Pro e Surface Laptop. O vídeo, publicado em 30 de janeiro, passou quase três meses no ar sem que o público percebesse os elementos criados por IA.

Segundo postagem no blog de design da Microsoft, a equipe combinou elementos gravados ao vivo com conteúdos gerados por IA. Entre eles, storyboards, cenas estáticas e até a construção do roteiro. Jay Tan, gerente sênior de comunicações de design, afirmou que “ocasionalmente, alucinações com a IA apareciam”, o que exigiu correções manuais e substituições com imagens reais.

IA auxiliou em roteiro, imagens e vídeos do anúncio

A equipe da Microsoft iniciou o processo usando chatbots para criar o roteiro, os storyboards e um pitch deck, com base em prompts escritos e imagens de referência. Em seguida, os designers usaram geradores de imagem para produzir visuais base que foram refinados e corrigidos. Após essa etapa, os profissionais inseriram as imagens editadas em ferramentas de geração de vídeo. O texto de Tan menciona nominalmente apenas Hailuo e Kling.

O diretor criativo da Microsoft, Cisco McCarthy, explicou:

Provavelmente passamos por milhares de prompts diferentes, lapidando o resultado aos poucos até conseguirmos o que queríamos. Nunca existe um prompt único e pronto.

Já o designer visual do projeto, Brian Townsend, estima que, embora o processo pareça trabalhos, a equipe “provavelmente economizou 90% do tempo e do custo que normalmente gastaria”.

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Apesar disso, a recepção ao vídeo permaneceu discreta. Até agora, o vídeo tem pouco mais de 40 mil visualizações e nenhum dos comentários populares mencionava uso de IA. Isso, mesmo com indícios visuais como textos irreais, brilhos artificiais e objetos distorcidos.

Para o chefe de design da Microsoft, Jon Friedman, essa experiência mostra que a IA não substitui o trabalho criativo, mas sim ajuda a acelerar e editar com mais eficiência.

No fim das contas, o vídeo da Microsoft exemplifica como a IA pode ser integrada ao processo criativo sem comprometer a autenticidade percebida pelo público — desde que bem utilizada.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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