Nomi AI desafia a OpenAI com chatbots com memória emocional para serem ‘amigos’ do usuário

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

Enquanto a OpenAI vem ganhando destaque com seu modelo avançado o1, a Nomi AI, uma pequena startup autofinanciada, está construindo uma tecnologia similar, mas com um foco diferente.

Em vez de competir com o abrangente ChatGPT, que resolve desde problemas matemáticos a pesquisas históricas, a Nomi se concentra em um nicho específico: criar companheiros de inteligência artificial (IA) que proporcionam interações mais empáticas e profundas.

O objetivo é fornecer respostas mais matizadas e lembrar de interações passadas, focando na memória e inteligência emocional (EQ) para melhorar o suporte oferecido aos usuários.

Em uma entrevista ao portal TechCrunch, Alex Cardinell, CEO da Nomi AI, definiu:

A abordagem deles é uma cadeia de pensamento, enquanto a nossa é muito mais uma cadeia de memória e introspecção.

A Nomi AI desenvolveu internamente seu modelo de linguagem, adaptando-o para que ele ajude os usuários em questões emocionais e interpessoais, algo que o ChatGPT da OpenAI não foi projetado para fazer com tanta especificidade.

Ao receber uma mensagem de um usuário dizendo que teve um dia difícil no trabalho, por exemplo, o Nomi pode lembrar que o usuário já mencionou conflitos com um colega de equipe e oferecer conselhos baseados em experiências passadas.

Nomi AI aposta em memória avançada para criar conexões mais profundas

O grande diferencial da Nomi está em sua capacidade de usar a memória de forma mais sofisticada.

O modelo da empresa não apenas se lembra de detalhes das interações passadas, mas também sabe quais memórias deve priorizar em determinadas situações.

Cardinell explica que essa abordagem de “introspecção explícita” permite que o chatbot formule respostas mais precisas e relevantes para o contexto emocional do usuário.

Diferente de grandes modelos como o o1 da OpenAI, que divide questões complexas em etapas lógicas, a Nomi AI aplica sua tecnologia para auxiliar os usuários a lidarem com desafios pessoais e emocionais, como conflitos no trabalho ou momentos de vulnerabilidade.

A Nomi AI, no entanto, não é um substituto para o tratamento de saúde mental.

Em vez disso, a startup busca fornecer apoio emocional inicial, incentivando os usuários a procurarem ajuda profissional quando necessário.

De acordo com Cardinell, vários usuários já relataram que o Nomi os ajudou em momentos de crise ou os incentivou a buscar terapia.

Quero que esses usuários se sintam ouvidos em seus momentos sombrios, porque é assim que alguém se abre e reconsidera sua forma de pensar.

Cardinell destaca que a tecnologia tem seus desafios e que, ao criar companheiros virtuais, a Nomi AI pode estar brincando com um terreno sensível, onde os usuários desenvolvem conexões emocionais reais com chatbots.

No entanto, por ser uma empresa autofinanciada, a Nomi AI tem mais liberdade para gerenciar seu relacionamento com os usuários de maneira que não cause rupturas súbitas e traumáticas.

No curto prazo, os chatbots de suporte emocional podem preencher lacunas para quem não tem uma rede de apoio, mas os efeitos de longo prazo dessa dependência ainda estão por ser descobertos.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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