- OpenAI transforma subsidiária em corporação de benefício públic
- Investidores passam a ter ações comuns, sem limite de retorno
- Estrutura sem fins lucrativos continuará no controle da operação.
A OpenAI decidiu manter sua estrutura original de organização sem fins lucrativos após diálogo com os escritórios dos procuradores-gerais da Califórnia e de Delaware.
A empresa, conhecida globalmente pelo ChatGPT e suas pesquisas em inteligência artificial geral (AGI), planejava converter-se em uma entidade totalmente comercial, mas recebeu resistência pública e política.
O presidente da OpenAI, Bret Taylor, afirmou:
Tomamos a decisão de manter o controle da organização sem fins lucrativos após ouvir líderes civis e discutir com os gabinetes dos Procuradores-Gerais da Califórnia e Delaware.
O plano inicial previa a transição para um modelo puramente com fins lucrativos, mas a OpenAI agora converterá sua subsidiária em uma Corporação de Benefício Público (PBC) — estrutura semelhante à adotada por empresas como Anthropic, xAI e Patagonia.
Assim, investidores e funcionários passarão a deter ações normais, sem o antigo limite de retorno de 100 vezes o valor investido.
De acordo com o porta-voz da empresa, Steve Sharpe, a nova estrutura facilitará a captação de recursos — essencial para alcançar os ambiciosos objetivos da empresa.
Em um memorando aos funcionários, o CEO Sam Altman disse que a OpenAI precisará de centenas de bilhões de dólares e pode, eventualmente, precisar de trilhões de dólares para levar seus serviços a toda a humanidade.
Conselho sem fins lucrativos continua no controle da OpenAI
Mesmo com a nova estrutura da subsidiária, a organização sem fins lucrativos da OpenAI continuará a supervisionar as operações comerciais. Ela manterá uma participação acionária na PBC, que crescerá proporcionalmente ao aumento de valor da empresa. Esses recursos, segundo Altman, ajudarão a financiar programas sociais ligados à missão da empresa, como educação, saúde e ciência.
A assessoria do Departamento de Justiça da Califórnia confirmou que analisa o novo plano e mantém conversas com a OpenAI. Já o procurador-geral de Delaware não respondeu aos pedidos de comentário feitos pelo site The Verge.
Altman também explicou que a estrutura anterior, com lucros limitados, fazia sentido em um cenário com poucas iniciativas em AGI. Agora, porém, com diversas empresas competindo no desenvolvimento de modelos avançados, a OpenAI optou por uma abordagem mais simples e escalável.
A nova fase prevê ainda a criação de uma comissão para organizações sem fins lucrativos, que orientará ações voltadas à democratização da IA.
Queremos construir um cérebro para o mundo e torná-lo super fácil para as pessoas usarem para o que quiserem (sujeito a poucas restrições; a liberdade não deve interferir na liberdade de outras pessoas, por exemplo) – Altman.
A OpenAI recebeu investimentos bilionários de gigantes como a Microsoft. Para viabilizar essas rodadas de financiamento, a empresa precisou remover o teto de retorno, o que agora se consolida com a adoção da PBC. Com a conversão, investidores podem alcançar ganhos sem restrição, o que deve atrair novos aportes financeiros.
Altman encerra o comunicado reafirmando o propósito da organização: garantir que a inteligência artificial beneficie toda a humanidade. A OpenAI, segundo ele, não será uma empresa comum — e essa transformação estrutural visa justamente proteger e ampliar sua missão original.