Nessa quinta-feira (24), a OpenAI anunciou o Operator, um agente de inteligência artificial capaz de assumir o controle de um navegador da web e executar ações de forma autônoma.
A ferramenta, que foi anunciada no final do ano passado, está em fase de prévia de pesquisa e chega inicialmente aos assinantes do plano ChatGPT Pro (R$ 1.178,38 / US$ 200/mês) nos EUA, com expansão gradual para usuários Plus, Team e Enterprise.
O CEO da OpenAI, Sam Altman, disse que a Europa terá que esperar um pouco mais.
Enquanto isso, o Operator já está acessível em operator.chatgpt.com, mas a empresa planeja integrá-lo em breve a todos os clientes do ChatGPT.
Ao ativar o Operator, os usuários veem uma janela dedicada onde o agente opera um navegador, executando tarefas como reservar hotéis, fazer compras online ou garantir ingressos para eventos.
A interface oferece categorias específicas — viagens, compras, jantar — e explica cada ação em tempo real.
Enquanto o Operator trabalha, o usuário pode interagir com outras abas, já que o agente utiliza um navegador separado.
A tecnologia por trás do Operator é o Computer-Using Agent (CUA), que combina a visão avançada do GPT-4o com habilidades de raciocínio lógico.
Diferente de APIs tradicionais, o CUA interage diretamente com elementos visuais de sites, clicando em botões e preenchendo formulários como um humano.
Parcerias com empresas como Uber, DoorDash e eBay garantem que o Operator respeite termos de serviço e políticas de cada plataforma.
Limitações do Operator e preocupação com privacidade
A OpenAI informou em um comunicado que o CUA solicita confirmação do usuário antes de finalizar ações críticas, como enviar um e-mail ou confirmar uma compra”. Apesar disso, a empresa reconhece que o agente ainda não é infalível.
A OpenAI alerta que o Operator não executa tarefas complexas, como criar apresentações ou gerenciar calendários detalhados.
Além disso, em transações sensíveis (como pagamentos), o usuário precisa inserir dados manualmente.
A ferramenta também enfrenta dificuldades com interfaces não padronizadas, CAPTCHAs ou campos de senha, situações em que pede intervenção humana.
Para evitar riscos, a OpenAI implementou limites de uso diário e restringiu ações como exclusão de e-mails ou eventos.
Um sistema de monitoramento bloqueia atividades suspeitas, enquanto atualizações contínuas buscam reforçar a segurança.
Enquanto concorrentes como Google, Anthropic e Rabbit já exploram agentes de IA, a OpenAI optou por um lançamento cauteloso.
A preocupação é clara: agentes autônomos podem ser usados para golpes, ataques cibernéticos ou até monopolizar recursos online.
Ainda assim, o Operator representa um avanço significativo, apesar de riscos envolvendo privacidade do usuário, como o fato de que ele pode armazenar chats e capturas de tela associadas de clientes por até 90 dias, 60 dias a mais do que o ChatGPT.
A OpenAI rebate dizendo que isso é feito para combater abusos:
Como os agentes são uma tecnologia relativamente nova, queríamos garantir que nossas equipes tenham tempo para entender e revisar melhor os potenciais vetores de abuso. Este período de retenção nos permite aprimorar o monitoramento de fraudes e garantir que o produto permaneça seguro contra uso indevido, ao mesmo tempo em que dá aos usuários controle sobre seus dados.