OpenAI na Mira: Musk, Meta e ONG tentam impedir transição para modelo lucrativo da empresa

Imagem: Dall-E

A OpenAI está no centro de uma polêmica que envolve sua transição de uma organização híbrida para uma Delaware Public Benefit Corporation (PBC). A empresa, registrada no estado de Delaware, combina a busca por lucro com o compromisso de gerar impacto social ou ambiental positivo.

A mudança proposta, que inclui a cessão de controle da organização sem fins lucrativos em troca de ações, gerou objeções significativas.

Elon Musk, cofundador e ex-apoiador da OpenAI, entrou com uma ação para barrar a reestruturação. Enquanto isso, a Encode e a Meta também manifestaram oposição à proposta.

Nessa sexta-feira (27), a Encode, uma organização sem fins lucrativos voltada para o impacto da inteligência artificial, solicitou ao Tribunal Distrital dos EUA permissão para atuar no caso de Musk contra a OpenAI. Essa participação seria em caráter de amicus curae. Caso se aprove, a organização participará de um processo judicial como colaboradora, oferecendo informações ou argumentos que possam ajudar na decisão do caso. E isso tudo seria feito mesmo sem ser parte diretamente interessada.

A organização argumenta que a mudança comprometeria a missão original da OpenAI de desenvolver inteligência artificial de forma segura e, sobretudo, benéfica para a sociedade.

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OpenAI recebe críticas à mudança de estrutura

A Encode aponta que a OpenAI, ao se transformar em uma PBC, ficaria legalmente obrigada a equilibrar os interesses do público com os objetivos financeiros de seus acionistas. Dessa forma, em vez de priorizar exclusivamente a segurança e o benefício público, deveria também gerar lucro.

Segundo a organização, essa alteração comprometeria, então, promessas como evitar competir com projetos seguros de inteligência geral artificial (AGI).

O resumo da Encode também destaca que a reestruturação limitaria a capacidade do conselho da OpenAI de agir em nome da segurança. Se for aprovada, a OpenIA poderia cancelar ações de investidores caso identifiquem riscos críticos.

Além disso, a saída recente de funcionários de alto escalão, incluindo Miles Brundage, reforça a preocupação de que a OpenAI estaria priorizando interesses comerciais. E, isso, em detrimento de sua responsabilidade social.

Ex-colaboradores e críticos têm alertado sobre o risco de a organização sem fins lucrativos se tornar irrelevante. E, pior que isso, incapaz de supervisionar adequadamente as operações da empresa com fins lucrativos.

Musk, que tem sua própria startup de IA, a xAI, argumenta que a transição da OpenAI prejudica a concorrência e desvia a entidade de sua missão inicial.

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A Meta, por sua vez, alertou o procurador-geral da Califórnia sobre as “implicações sísmicas” que essa conversão poderia trazer para o ecossistema tecnológico do Vale do Silício.

A OpenAI defende que a mudança é necessária para continuar financiando suas operações e expandindo sua pesquisa, mas a empresa ainda não apresentou uma resposta oficial às críticas da Encode ou da Meta.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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