OpenAI remove as salvaguardas do ChatGPT em torno da criação de imagens

Por Michael Henrique
Imagem: Dall-e
  • ChatGPT agora gera imagens polêmicas com menos restrições.
  • OpenAI amplia liberdade criativa, mas levanta preocupações éticas.
  • Nova política de moderação da OpenAI divide opiniões online.

A OpenAI surpreendeu o público esta semana ao liberar novas funções no ChatGPT. O gerador de imagens, agora integrado ao GPT-4o, conquistou usuários com ilustrações no estilo Studio Ghibli.

Mas por trás da estética encantadora, a atualização esconde mudanças significativas. A OpenAI alterou as regras que antes limitavam certos conteúdos. Agora, o ChatGPT responde a pedidos antes considerados sensíveis ou controversos.

ChatGPT agora cria imagens de figuras públicas e símbolos controversos

A nova versão do gerador de imagens do ChatGPT permite que usuários criem imagens de figuras públicas como Donald Trump e Elon Musk. Antes, o sistema recusava esse tipo de conteúdo por questões de privacidade e riscos de uso indevido. Agora, a OpenAI adotou uma abordagem mais flexível e afirma que não quer mais “arbitrar o status” das pessoas.

Além disso, o ChatGPT passou a aceitar instruções para gerar símbolos de ódio, como suásticas, desde que o uso tenha fins educacionais ou contextos neutros. A líder de comportamento de modelo da empresa, Joanne Jang, explicou que a mudança busca prevenir danos reais, sem limitar tanto as possibilidades criativas ou informativas dos usuários.

Segundo a OpenAI, os usuários que não quiserem ser retratados nas imagens podem solicitar a exclusão. Esse novo sistema de “opt-out” transfere parte da responsabilidade para o público, em vez de aplicar bloqueios preventivos automáticos.

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Salvaguardas antigas perdem força enquanto IA avança

O novo modelo também responde a comandos que envolvem características físicas e traços raciais. O ChatGPT atendeu a pedidos como “deixar a pessoa com olhos mais asiáticos” ou “deixá-la mais gorda” — algo que a IA anterior bloqueava por ser considerado ofensivo.

A OpenAI afirma que o objetivo dessas mudanças é dar mais autonomia ao usuário e aceitar a complexidade dos pedidos sem simplificações excessivas. A empresa também diz que seus modelos de IA agora conseguem lidar melhor com temas delicados, evitando riscos reais, mas sem censurar indiscriminadamente.

Mesmo assim, o gerador ainda impõe restrições severas quando se trata da criação de imagens de crianças, sinal de que a empresa continua preocupada com alguns limites éticos e legais.

A flexibilização nas políticas ocorre em um momento estratégico. Com a possível volta de Donald Trump ao poder, cresce a pressão sobre empresas de tecnologia para que evitem qualquer aparência de censura. O Google, por exemplo, enfrentou críticas pesadas pelo comportamento do Gemini, seu gerador de imagens, que distorcia contextos históricos ao priorizar diversidade racial em retratos imprecisos.

Enquanto isso, políticos conservadores pressionam empresas como a OpenAI a liberar mais conteúdo e abandonar filtros que consideram ideológicos. O deputado Jim Jordan chegou a enviar questionamentos formais para investigar se gigantes da tecnologia estão alinhadas com a Casa Branca para controlar narrativas.

Apesar da controvérsia, a OpenAI insiste que sua decisão não tem motivação política. A empresa defende que apenas busca dar mais poder aos usuários. A linha entre liberdade e responsabilidade, no entanto, parece cada vez mais tênue.

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A criação de memes virais em estilo Ghibli pode ser só o começo. O verdadeiro impacto dessas mudanças ainda está por vir — e promete acirrar a batalha global sobre os limites da inteligência artificial.

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