- Receita usa IA e revoluciona declaração do Imposo de Renda 2025.
- Preenchimento automático traz praticidade e mais fiscalização.
- MIR substitui programa antigo e exige identidade digital.
A Receita Federal do Brasil deu um passo importante rumo à modernização do sistema tributário. Em 2025, o órgão passou a usar inteligência artificial (IA) para aprimorar o preenchimento da declaração do Imposto de Renda. A tecnologia já está em funcionamento no sistema MIR (Meu Imposto de Renda), disponível online.
Agora, ao optar pelo preenchimento automático, o contribuinte encontrará informações novas, que nem sequer foram incluídas nas declarações anteriores. A IA cruza dados com bancos, corretoras e órgãos públicos, e pode inserir automaticamente dados como contas bancárias no exterior e investimentos em criptomoedas.
Segundo o tributarista Raul Iberê Malagó, sócio do escritório M&A/Law, a Receita está cruzando dados como nunca antes. “O sistema já traz dados que o próprio contribuinte desconhecia estarem disponíveis para o Fisco”, afirmou.
Além da inteligência artificial, a Receita promove mudanças profundas no processo. O tradicional programa PGDIRPF, baixado todos os anos, caminha para a desativação. O foco está totalmente voltado para o MIR, sistema online e integrado, que já exibe a declaração pré-preenchida com base em convênios com instituições financeiras e outros órgãos.
A Instrução Normativa RFB 2.255/2025 traz diversas mudanças nas regras de obrigatoriedade. O limite para rendimentos tributáveis continua em R$ 33.888,00, o que obriga até pessoas com renda mais baixa a declarar. Já os ganhos de capital e operações em Bolsa permanecem como obrigatórios, mesmo para movimentações pequenas.
Inteligência artificial no Imposto de Renda 2025
Os bens de pequeno valor, até R$ 5.000,00, estão dispensados de declaração, com exceção de veículos e embarcações. Da mesma forma, saldos bancários abaixo de R$ 140,00 não precisam mais ser informados, o que reduz a burocracia para muitos brasileiros.
Para quem tem investimentos ou lucros no exterior, a Receita exige detalhamento completo. Inclusive, quem possui trusts ou contratos internacionais deve informar os bens vinculados, sob risco de autuação e multa.
O sistema MIR também exige Identidade Digital Ouro ou Prata para autenticação. Esse nível de segurança protege os dados, mas pode ser um entrave para quem ainda não aderiu aos novos padrões.
Além disso, a opção pelo desconto simplificado ainda está disponível. Ela permite deduzir 20% dos rendimentos tributáveis, com limite de R$ 16.754,34. Porém, contribuintes com altos gastos dedutíveis devem analisar bem o que compensa mais.
Assim, a Receita permite o parcelamento do imposto em até 8 vezes, com juros pela Selic. Para usar o débito automático, o contribuinte precisa entregar a declaração até 9 de maio.
A multa por atraso continua em 1% ao mês, com mínimo de R$ 165,74. O prazo de entrega vai de 17 de março a 30 de maio de 2025.
Contribuintes também podem autorizar outra pessoa a transmitir a declaração, desde que ambos tenham certificação digital Ouro ou Prata. A autorização vale por seis meses e pode ser revogada a qualquer momento.
Com essas mudanças, a Receita Federal não só moderniza o processo, como também aumenta o alcance da fiscalização e a precisão na arrecadação. A inteligência artificial já é realidade no Fisco — e promete transformar a forma como o brasileiro lida com o Imposto de Renda.
