- Google omite dados cruciais sobre IA mais recente
- Especialistas denunciam falta de transparência no setor
- Relatórios de segurança viram promessa não cumprida
Na quinta-feira, o Google divulgou o relatório técnico do Gemini 2.5 Pro, seu modelo de inteligência artificial mais avançado. A publicação ocorreu semanas após o lançamento do sistema, mas o conteúdo decepcionou especialistas.
O documento deveria fornecer uma visão aprofundada sobre os riscos e a segurança do modelo. No entanto, ele trouxe poucos detalhes e ignorou pontos críticos como o uso do Frontier Safety Framework.
Especialistas apontam falhas no compromisso com segurança
O Google costuma divulgar relatórios técnicos apenas quando considera um modelo fora da fase experimental. Porém, segundo Thomas Woodside, cofundador do Secure AI Project, essa prática não acompanha a urgência exigida pelas novas tecnologias. “Não basta publicar algo semanas depois”, afirmou.
Além disso, o relatório do Gemini 2.5 Pro não incluiu os resultados das avaliações de “capacidade perigosa”, essenciais para medir riscos reais. A última vez que o Google compartilhou dados desse tipo foi em junho de 2024.
Peter Wildeford, do Instituto de Política e Estratégia de IA, reforçou a crítica: “É impossível saber se o Google cumpre seus compromissos públicos. Sem essa verificação, não há como garantir segurança.”
Falta de padrão e transparência preocupa comunidade científica
Enquanto o Google promete novos relatórios, como o do Gemini 2.5 Flash, ainda não publicou nada concreto. A ausência de informações prejudica o controle público e dificulta a atuação de órgãos reguladores.
Outras big techs seguem o mesmo caminho. A Meta publicou uma avaliação superficial sobre o Llama 4. Já a OpenAI optou por não divulgar relatórios de segurança do GPT-4.1, o que intensifica a sensação de opacidade.
Kevin Bankston, especialista em governança de IA, alertou para uma “corrida para o fundo do poço”. Para ele, as empresas priorizam lançamentos rápidos e negligenciam os testes profundos. Isso, segundo ele, compromete a segurança global.
O Google afirma realizar auditorias internas e testes adversários antes de lançar novos modelos. No entanto, sem publicar os resultados dessas análises, o público permanece no escuro.