A Spines é uma startup de autopublicação de livros com sede em Miami, utiliza inteligência artificial para simplificar e baratear o processo editorial. Fundada em 2021, a empresa já publicou mais de 1.700 obras e atraiu investidores com uma proposta ousada: reduzir o tempo de publicação de 6 a 18 meses, comum nas editoras tradicionais, para apenas 2 a 3 semanas.
A plataforma oferece um pacote completo de serviços editoriais, incluindo edição de texto, design de capa, layout, projeção de público-alvo e distribuição em formatos digitais e impressos sob demanda. Spines atualmente não tem planos de assumir a escrita em si, como acontece com outras ferramentas de IA já no mercado.
Segundo Yehuda Niv, CEO e cofundador da Spines, a inovação está na eficiência do processo de produção.
Eliminamos pontos problemáticos e transformamos o mercado editorial em algo mais acessível e ágil.
Os planos de publicação varia de R$ 6.929 a R$ 28.869 (US$ 1.200 a US$ 5.000), dependendo da complexidade do projeto.
A Spines cobra ainda uma assinatura de distribuição que pode chegar a R$ 293 US$ 49 por mês), com royalties atrativos para autores: 70% das vendas, uma grande vantagem frente aos 10% a 20% oferecidos pelas editoras tradicionais.
Além disso, a startup recebeu um aporte de R$ 92, 38 milhões (US$ 16 milhões) liderado pela Zeev Ventures, com participação de Aleph, M-Fund e LionTree, que permitirá expandir as operações para audiolivros, uma área promissora que já atrai grandes players como Audible.
Spines enfrenta desafios e críticas à transparência
Apesar do sucesso, a Spines enfrenta questionamentos sobre transparência.
A empresa não divulga detalhes sobre as tecnologias de IA utilizadas nem sobre como os dados dos autores serão gerenciados a longo prazo. Um porta-voz explicou:
Trabalhamos com tecnologias existentes adaptadas às nossas necessidades, mas os detalhes são nosso ‘molho secreto’.
A falta de análises detalhadas sobre o desempenho de gêneros específicos também levanta dúvidas.
A startup afirma que oferece oportunidades em mais de 16 mil categorias, mas evita compartilhar insights sobre o que realmente funciona no mercado.
Com um modelo disruptivo e uma abordagem tecnológica inovadora, a Spines continua a atrair atenção no setor editorial.
No entanto, o equilíbrio entre eficiência, criatividade e ética será crucial para definir seu impacto duradouro no mercado.