O complexo de usinas de energia nuclear Three Mile Island, nos EUA, está no centro de uma grande polêmica com a possibilidade de voltar a funcionar após 40 anos.
Em 1979, a usina foi cenário do maior acidente nuclear da história dos Estados Unidos, resultando em um vazamento que, apesar de não ter causado mortes, paralisou o programa nuclear do país por três décadas. Agora, a crescente demanda por energia impulsionada pela inteligência artificial (IA) está trazendo a questão de volta à tona.
A reativação dos reatores nucleares nunca foi considerada desde o acidente, mas a revolução tecnológica gerada pela inteligência artificial está mudando esse cenário.
A IA exige vastos recursos de processamento e espaço em data centers, os quais, por sua vez, consomem uma quantidade significativa de energia.
Estima-se que, até 2030, a demanda por energia nos EUA deve triplicar, com a IA representando cerca de 10% de toda a capacidade de geração do país.
Esse aumento na demanda energética está diretamente relacionado ao desenvolvimento e à operação de tecnologias de IA, que necessitam de servidores robustos e data centers cada vez maiores.
Esse cenário está impulsionando debates sobre a necessidade de fontes de energia estáveis e eficientes, como a nuclear.
Reativação da usina nuclear movimenta o mercado e levanta questões
As expectativas em torno da reativação de Three Mile Island refletem-se também no mercado financeiro.
As ações da empresa proprietária do complexo subiram quase 80% neste ano, alimentadas pela especulação de que a usina possa, de fato, voltar a operar para atender à crescente demanda energética.
A possível reativação de Three Mile Island é um tema controverso, evocando memórias do passado e levantando questões sobre segurança, sustentabilidade e a necessidade de energia em um futuro dominado pela inteligência artificial.
O fato é que a corrida por formas alternativas de geração de energia, principalmente para alimentar data centers para alimentação de IA, já começou.
Recentemente, estudos para instalação de data centers no espaço, sustentados por energia solar e praticamente autossuficientes também ganharam destaque.