O uso da propaganda para manipular a opinião pública não é novidade, mas uma recente investigação do FBI revela que a Rússia está modernizando suas táticas. Ao invés de confiar em espiões e jornalistas, como nos tempos da Guerra Fria, o governo russo agora utiliza influenciadores digitais para espalhar suas mensagens em território estrangeiro, especialmente nos Estados Unidos.
A investigação do FBI aponta que agentes russos investiram milhões de dólares em empresas de mídia de fachada e em influenciadores com grande alcance digital, com o objetivo de manipular eleitores americanos de forma sutil e eficaz.
A lógica por trás dessa estratégia é simples: as pessoas confiam mais em mensagens que parecem vir de seus próprios compatriotas do que em informações de estrangeiros. Assim, a propaganda precisa ter uma aparência genuinamente americana.
Para isso, o Kremlin teria desembolsado cerca de US$ 10 milhões para uma agência especializada em influenciadores.
Esses profissionais, muitos sem sequer saber da origem dos recursos, divulgaram uma série de vídeos criticando a Ucrânia e favorecendo os interesses russos.
Influenciadores e perfis falsos
Além do uso de influenciadores, a Rússia também investiu na criação de perfis falsos nas redes sociais.
Conhecida como “operação Doppelganger”, essa iniciativa envolveu a criação de contas que se passavam por veículos de notícias americanos, espalhando fake news sobre candidatos políticos e os conflitos no Leste Europeu.
Esse tipo de ação é semelhante a outras estratégias já usadas pela Rússia em eleições passadas, onde o objetivo era semear a discórdia e polarizar o eleitorado, dificultando a distinção entre fatos reais e desinformação.
As ações parecem ter se intensificado após o início da guerra com a Ucrânia e também nos últimos meses, já que em breve os Estados Unidos realiza a eleição presidencial.
Nesta terça-feira (10), o ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris se enfrentarão em um debate ao vivo, transmitido pela rede ABC.
Este pode ser um dos momentos decisivos para as eleições americanas, influenciadas diretamente por essas novas estratégias de manipulação da informação.