Uma pesquisa realizada pela Infobip, empresa líder em comunicações em nuvem, descobriu que 20% dos usuários já flertaram com um chatbot, programa de computador projetado para simular conversas humanas e responder automaticamente a perguntas ou interagir com usuários em plataformas digitais.
Giovanna Dominiqui, gerente regional para a América Latina da Infobip, plataforma global de comunicação em nuvem, explica que os chatbots são ferramentas utilizadas pelas empresas para agilizar o atendimento ao cliente, muitas vezes resolvendo questões sem a intervenção humana.
“O curioso é que algumas pessoas estão se apaixonando por esses robôs, enviando declarações e tentando iniciar interações amorosas. Isso destaca um avanço na relação entre consumidores e atendimentos automatizados, que antes eram alvo de muitas críticas,” comenta.
Os aplicativos de namoro também estão aproveitando essa tecnologia para facilitar as conexões entre pessoas. Funções como o ChatGPT são integradas para ajudar na criação de biografias e melhorar os algoritmos de compatibilidade, aumentando as chances de um match perfeito.
De acordo com um relatório do Tinder, 75% dos usuários consideram aceitável o uso de ferramentas automatizadas para iniciar conversas ou destacar qualidades nos perfis.
Humanização dos Chatbots
Além das interações amorosas, 18% dos entrevistados pela Infobip afirmaram que sentem os chatbots como amigos, o que demonstra que essas ferramentas estão superando a percepção de serem “robóticas”. A capacidade de manter conversas fluidas e autênticas é um resultado da hiper personalização e da configuração avançada dos chatbots.
“A humanização dos serviços de chatbot não só melhora o relacionamento entre empresas e consumidores, mas também impacta significativamente a vida pessoal dos usuários. O nível de personalização alcançado faz com que algumas pessoas até mesmo mantenham relações amorosas com esses serviços,” destaca Giovanna.
Os resultados deste tipo de pesquisa oferecem uma oportunidade para as empresas melhorarem a programação de seus chatbots, criando conexões mais próximas que gerem uma impressão positiva da comunicação e do serviço.
Giovana reforça que a ideia não é sugerir que as empresas incentivem romances em seus atendimentos, mas que há uma relação melhorada que pode ser explorada de forma positiva.
Especialistas alertam sobre os riscos emocionais e sociais de se apaixonar por chatbots, destacando que essa prática pode levar ao isolamento social e à dependência emocional, além de criar expectativas irreais sobre relacionamentos humanos.
Segundo um artigo do MIT Technology Review, a interação excessiva com chatbots pode resultar em confusão emocional e dificuldades na distinção entre conexões reais e digitais . Além disso, há preocupações sobre a privacidade e segurança de dados, já que as informações pessoais compartilhadas com chatbots podem ser vulneráveis a violações.