Bluesky aproveita falhas de moderação no Threads, cria conta no concorrente e convida usuários

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

A Bluesky, uma startup de rede social descentralizada que ganhou destaque no Brasil depois que o X (antigo Twitter) foi bloqueado, está capitalizando os problemas de moderação que recentemente atingiram o Threads, seu concorrente da Meta.

Em meio a discussões crescentes sobre a insatisfação dos usuários do Threads, a Bluesky criou uma conta na plataforma para se comunicar diretamente com os potenciais novos membros.

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A movimentação ocorre em um momento em que muitos usuários do Threads ameaçam migrar para o Bluesky após relatos de bloqueios indevidos de contas e postagens rebaixadas sem explicação aparente.

Na quarta-feira (9), Adam Mosseri, chefe do Instagram, declarou que a empresa está investigando as falhas no sistema de moderação do Threads, mas ainda não forneceu uma solução concreta.

Usuários relataram que suas postagens estavam sendo bloqueadas, rebaixadas ou que suas contas foram removidas sem motivo claro. Alguns suspeitam que esses problemas sejam causados por falhas em sistemas de moderação automatizados por inteligência artificial.

Em resposta à crescente discussão sobre o assunto, a Bluesky entrou na conversa no Threads, afirmando:

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Ouvi dizer que as pessoas estavam falando sobre nós… então criamos uma conta para compartilhar mais informações!

A empresa aproveitou o momento para esclarecer como seu sistema de moderação difere do adotado pela Meta, destacando que sua equipe não rebaixa conteúdos políticos — uma decisão tomada pela Meta em fevereiro, quando a empresa anunciou que limitaria as recomendações de conteúdos políticos no Threads e no Instagram.

Bluesky aposta em moderação descentralizada e ferramentas personalizadas

A Bluesky não apenas expôs suas diferenças em termos de moderação, mas também aproveitou a oportunidade para apresentar seu “ecossistema empilhável aberto”, uma abordagem que permite que organizações independentes criem ferramentas de moderação personalizadas.

Os usuários podem se inscrever nessas ferramentas de acordo com suas preferências, o que oferece um nível de controle que não é encontrado em redes centralizadas como o Threads.

A startup também reafirmou seu compromisso com código-fonte aberto, portabilidade de contas e a liberdade de escolha algorítmica, aspectos que reforçam seu modelo descentralizado.

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Além disso, a Bluesky compartilhou sugestões de contas para seguir, incentivando a comunidade a explorar mais sua plataforma.

Apesar do êxodo sugerido por alguns usuários do Threads, ainda é incerto se essa movimentação terá um impacto significativo.

A rede da Meta já acumula mais de 200 milhões de usuários ativos mensais, enquanto o Bluesky conta com aproximadamente 10,7 milhões.

Mesmo que a Bluesky não consiga conquistar um número significativo de novos usuários com esse episódio, ela continua a receber feedback valioso dos internautas.

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Entre as centenas de respostas, os usuários sugeriram melhorias na organização de conversas e conectividade com o protocolo ActivityPub, o mesmo usado pelo Mastodon e que será adotado em breve pelo Threads.

A Bluesky respondeu afirmando que está “lendo todos os seus comentários e tomando notas”, demonstrando que continua aberta às sugestões para se aprimorar.

A plataforma agora também corre o risco de ela própria sofrer um êxodo com a volta do X, ocorrido nesta semana no Brasil, embora muitos usuários disseram que não voltam para a rede do Elon Musk ou que, na pior das hipóteses, vão manter atualizadas as contas em ambas.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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