O governo do Ceará decidiu alterar o local onde será construída a usina de dessalinização de água do mar, inicialmente prevista para a Praia do Futuro, em Fortaleza.
A principal preocupação foi a proximidade da obra com os cabos submarinos que transportam cerca de 99% dos dados de internet para o Brasil, representando um risco significativo para a infraestrutura de telecomunicações do país.
A mudança foi acordada após negociações entre o governo estadual, o setor de telecomunicações e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A usina será deslocada cerca de um quilômetro, permanecendo na Praia do Futuro, mas em uma distância mais segura dos cabos submarinos.
O local original, onde se previa a construção da usina, será utilizado para a instalação de um centro de ensino tecnológico, com potencial de atrair startups e empresas de tecnologia, fomentando a inovação e a transformação digital na região.
O impacto dessa mudança é significativo para o setor de telecomunicações.
A curto prazo, a alteração do local garante a continuidade dos serviços de internet sem interrupções, evitando riscos de cortes de cabos que poderiam levar a falhas de conexão em larga escala.
A médio e longo prazo, a preservação dessa infraestrutura crítica ajuda a manter a estabilidade e a qualidade dos serviços de internet no Brasil, que são vitais para diversas áreas da economia e para a vida cotidiana dos brasileiros.
Centro de ensino também beneficia o Ceará
Além disso, o novo centro de ensino tecnológico poderá atuar como um polo de inovação, proporcionando um ambiente propício para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções digitais.
Este centro pode ser um ponto de convergência para talentos, investidores e empresas, estimulando o crescimento do ecossistema de startups e tecnologia no Ceará.
A criação de um centro de ensino tecnológico no local original da usina também representa uma estratégia inteligente do governo estadual para alavancar o potencial econômico e tecnológico da região.
Com programas voltados para a capacitação em áreas de tecnologia da informação, inteligência artificial e outras disciplinas emergentes, o centro poderá desempenhar um papel crucial na formação de profissionais qualificados para o mercado de trabalho do futuro.
Para transformar água do mar em água potável, a usina utilizará a tecnologia de osmose reversa, método eficiente e amplamente utilizado em instalações de dessalinização em todo o mundo.
A capacidade projetada da usina é de 1 metro cúbico por segundo, equivalente a fornecer aproximadamente 86,4 milhões de litros de água potável por dia, atendendo às necessidades de centenas de milhares de habitantes.
A construção está programada para começar ainda neste ano, com um período de obras estimado em cerca de 24 meses. A expectativa é que a usina esteja plenamente operacional até 2026.