Crianças influencers: Projeto de Lei propõe proteção contra exposição excessiva

Por Luciano Rodrigues
Crianças influencers: Projeto de Lei propõe proteção contra exposição excessiva - Imagem: Dall-E

As chamadas “crianças influencers” estão ganhando destaque nas redes sociais, acumulando milhões de seguidores e se tornando verdadeiras celebridades online. No entanto, essa exposição precoce levanta questões importantes sobre a proteção e os direitos das crianças na internet.

No último dia 15, a Comissão de Comunicação e Direito Digital (CCDD) do Senado Federal discutiu o Projeto de Lei (PL) 2.628/2022, que visa proteger crianças e adolescentes no ambiente digital. A comissão destacou a necessidade de regulamentação e proteção para as crianças que estão se tornando cada vez mais ativas nas plataformas digitais.

O PL 2.628/2022 propõe regras para redes sociais, aplicativos, sites, jogos eletrônicos, e publicidade infantil, além de produtos e serviços virtuais. O projeto prevê a criação de mecanismos para verificar a idade dos usuários, supervisão do uso da internet pelos responsáveis e obriga provedores a criarem sistemas de notificação de abuso sexual. Em caso de descumprimento, as multas podem chegar a R$ 50 milhões.

Exposição pode causar vários malefícios às crianças

Heloise Castro, Head de Influência na EPICdigitais, afirma que essas resoluções impactam significativamente o mercado atual, exigindo que as empresas de tecnologia implementem medidas de proteção mais rigorosas. Além disso, delegam maior responsabilidade legal aos pais e responsáveis ao decidirem expor seus filhos nas redes sociais.

“Celebridades como Sandy escondem a identidade de seus filhos e são criticadas, enquanto crianças influencers acumulam milhões de seguidores. É uma linha tênue que precisa ser avaliada, por isso a regulamentação é tão importante”, diz a especialista.

Nos últimos anos, crianças como Lua, filha dos influenciadores Viih Tube e Eliezer, e Maria Alice e Maria Flor, filhas do cantor Zé Felipe com a influenciadora Virgínia, já nasceram famosas na internet. Essa exposição precoce pode trazer consequências negativas, como ansiedade e pressão para manter uma presença online constante.

A interação nas redes sociais pode levar à diminuição da autoestima devido ao cyberbullying e aos comentários negativos. A Síndrome de FOMO, ou medo de perder, também é uma preocupação, causando ansiedade, atrapalhando o sono e afetando a concentração.

O uso excessivo de redes sociais impacta significativamente a saúde física, especialmente com distúrbios do sono. Portanto, é crucial gerenciar esses impactos para preservar o bem-estar emocional das crianças.

Heloise Castro enfatiza a necessidade de os pais buscarem a profissionalização para proteger melhor seus filhos no ambiente digital.

“Educando os pais sobre o mercado digital, as leis de proteção à criança e como gerenciar a presença online dos filhos, podemos garantir que a experiência seja segura e positiva”, afirma.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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