Em mais um capítulo da disputa entre Elon Musk e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a Starlink, empresa de internet via satélite de propriedade de Musk, enviou um comunicado polêmico aos seus clientes no Brasil.
No e-mail, a empresa afirma que “continuará prestando serviços a você gratuitamente, se necessário”, mesmo com as contas da companhia bloqueadas no país.
A medida de bloqueio das contas da Starlink foi determinada por Alexandre de Moraes como uma forma de garantir o pagamento de multas que somam aproximadamente R$ 20 milhões, referentes a outra empresa de Musk, o X (anteriormente conhecido como Twitter).
Essa decisão faz parte de um inquérito do STF que investiga as chamadas “milícias digitais” e o papel das redes sociais na disseminação de fake news e ataques à democracia brasileira.
Musk, que já havia anunciado o fechamento do escritório do X no Brasil devido às ameaças de prisão de seus funcionários por desobediência às ordens judiciais, agora utiliza a Starlink para desafiar diretamente a autoridade de Moraes.
No comunicado enviado aos clientes, a Starlink critica duramente as decisões do ministro, classificando-as como “ilegais, inconstitucionais e tomadas em segredo, sem os devidos processos legais”.
Elon Musk x Alexandre de Moraes
A promessa de continuar oferecendo o serviço de internet gratuitamente, caso necessário, é vista por muitos como uma tentativa de Musk de ganhar apoio popular contra a Suprema Corte brasileira. Um advogado que recebeu a carta da Starlink expressou choque com o que considera uma manobra de Musk para colocar o público contra o STF.
Essa estratégia levanta questões sobre os limites da resistência de Musk às autoridades brasileiras e o impacto de suas ações na opinião pública. Ao oferecer o serviço de internet gratuitamente, Musk pode estar tentando criar uma narrativa em que sua empresa se posiciona como defensora dos interesses dos consumidores, em oposição a um sistema judicial que ele descreve como opressor.
A resposta de Moraes a essa provocação não demorou. Na última quarta-feira (28), o ministro intimou Elon Musk a indicar um novo representante para o X no Brasil, conforme exige a lei brasileira. A não indicação de um representante pode resultar na suspensão das atividades da rede social no país, o que adiciona mais tensão ao já conturbado relacionamento entre o bilionário e o Judiciário brasileiro.
A situação coloca Musk em uma posição delicada, onde sua postura desafiadora pode ter consequências significativas, tanto para suas empresas quanto para sua imagem global. Além disso, a promessa de serviço gratuito da Starlink, embora atraente para os consumidores, pode ser vista como uma tática para minar a autoridade do STF e influenciar a opinião pública.