Nesta segunda-feira (30), a Epic Games anunciou que processará o Google, da Alphabet, e a Samsung, maior fabricante de celulares Android do mundo, por suposta conspiração para proteger a Play Store do Google de concorrentes.
A Epic alega que a Samsung implementou um recurso de segurança chamado Auto Blocker, que, segundo a empresa, impede os usuários de baixar aplicativos de fontes que não sejam a Play Store do Google ou a Galaxy Store da própria Samsung.
O processo foi movido em um tribunal federal na Califórnia, nos Estados Unidos, e acusa as duas gigantes de tecnologia de violar leis antitruste ao limitar a escolha do consumidor e, consequentemente, suprimir a concorrência, o que, segundo a Epic, teria o efeito de manter os preços dos aplicativos elevados.
Com apoio da chinesa Tencent, a Epic argumenta que o bloqueio de apps de outras fontes prejudica diretamente a competição.
Epic acusa Samsung de limitar os downloads com o Auto Blocker
O recurso Auto Blocker, introduzido pela Samsung no final de 2023, visa proteger os usuários de possíveis downloads de aplicativos maliciosos.
No entanto, a acusação é de que a Samsung tornou o recurso a configuração padrão em julho de 2024 e dificultou o processo para desativá-lo ou ignorá-lo, uma ação que teria como objetivo impedir o impacto de uma decisão judicial de dezembro de 2023, quando a Epic obteve uma vitória contra o Google, que forçou a empresa a facilitar o acesso a aplicativos de outras fontes fora da Play Store.
Tim Sweeney, CEO da Epic Games, comentou o caso afirmando que o Google estaria limitando a liberdade dos usuários sob o pretexto de segurança.
Ele alegou que a empresa usa como argumento manter o usuário seguro, ao mesmo tempo que não autoriza a instalação de aplicativos de “fontes desconhecidas”.
Sweeney ainda reforçou que o Google já distribuiu o Fortnite no passado e, portanto, conhece o aplicativo, desqualificando a justificativa de segurança da empresa.
A Samsung, em resposta, declarou que as alegações da Epic são “infundadas” e que pretende “contestar vigorosamente” a ação.
A empresa destacou que seus recursos de segurança seguem princípios de proteção à privacidade e controle do usuário e que é possível desativar o Auto Blocker a qualquer momento.
A Epic Games já havia confrontado o Google e a Apple em 2020, desafiando as comissões de até 30% cobradas por pagamentos em suas respectivas lojas de aplicativos.
Após ser banida por quase quatro anos, a Epic conseguiu retornar ao iOS na União Europeia e ao Android globalmente no mês passado.
A empresa celebrou ultrapassar os 10 milhões de usuários e acredita ser possível atingir a meta de chegar a 100 milhões até o final deste ano.