Os Estados Unidos, por meio de pesquisadores da Universidade de Harvard, testaram a maior rede quântica do mundo em um ambiente urbano.
Este teste, realizado em Boston, demonstra a capacidade de transmissão segura e eficiente de informações, apontando para um futuro onde as redes quânticas serão fundamentais para a segurança e eficiência das comunicações.
As redes quânticas operam de maneira semelhante às redes tradicionais, transmitindo informações de um ponto a outro, mas com vantagens significativas proporcionadas pela mecânica quântica.
A principal dessas vantagens é a segurança, uma vez que a transmissão de dados é praticamente “à prova de hackers”.
Isso se deve ao fenômeno do emaranhamento quântico, onde partículas se tornam interdependentes de tal maneira que a manipulação de uma afeta instantaneamente a outra, independente da distância que as separa.
Rede quântica
Apesar do potencial das redes quânticas, a implementação prática ainda enfrenta desafios. No entanto, o recente teste em Harvard superou alguns desses obstáculos ao demonstrar a ligação da maior rede quântica existente, estabelecendo a transmissão mais longa entre dois pontos de fibra ótica.
Este feito é significativo, pois as redes quânticas não podem usar os mesmos repetidores de sinal de fibra óptica que as redes tradicionais.
Nas redes padrão, os repetidores combinam receptores, amplificadores elétricos e transmissores para captar o sinal, convertê-lo em uma versão elétrica e, em seguida, transformá-lo novamente em luz para ser enviado pela rede.
Esse processo, que aumenta o alcance da transmissão, não é viável para as redes quânticas. Isso ocorre porque a informação quântica não pode ser manipulada sem destruir seu estado de emaranhamento, que é a base de sua segurança.
A Importância do Teste de Harvard
O sistema desenvolvido pelos pesquisadores de Harvard é inovador porque cada extremidade da rede quântica funciona como um computador quântico que armazena, processa e movimenta informações. Atualmente, essa é a maior rede quântica capaz de realizar essas operações.
Segundo o professor Mikhail Lukin, autor sênior do estudo, o teste é um marco significativo. “Mostrar que os nós da rede quântica podem ser emaranhados no ambiente do mundo real de uma área urbana muito movimentada é um passo importante em direção à rede prática entre computadores quânticos,” afirma Lukin.
Este desenvolvimento é crucial para a implementação prática da tecnologia, abrindo caminho para um futuro onde as redes quânticas serão a espinha dorsal das comunicações seguras.
O estudo completo foi publicado na prestigiada revista científica Nature, detalhando como a rede quântica testada em Boston é capaz de transmitir dados com segurança e eficiência sem precedentes. Este avanço não apenas demonstra a viabilidade da tecnologia em ambientes urbanos, mas também solidifica a posição dos EUA na vanguarda das inovações em telecomunicações.
