A Geração Z no Brasil está cada vez mais distante da TV aberta, com apenas 38% dos jovens entre 12 e 34 anos ainda sintonizando canais tradicionais, o menor índice já registrado, sinalizando uma clara tendência de desinteresse por parte do público jovem.
Desde 2019, a audiência jovem nos canais mais tradicionais vem caindo consistentemente, em média 1 ponto percentual ao ano, indicando uma mudança significativa nos hábitos de consumo de mídia.
Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil. Globalmente, a mudança nos hábitos de consumo de mídia entre os jovens é evidente.
Em 2018, oito em cada dez crianças assistiam à televisão tradicional semanalmente. Hoje, esse número caiu para 5,5, evidenciando que a TV tradicional está perdendo espaço para outras formas de entretenimento.
Esse declínio afeta diretamente redes que antes eram populares entre os jovens, como o Cartoon Network, que agora enfrenta desafios para manter sua relevância.
Enquanto a TV aberta perde espaço, as redes sociais e plataformas de streaming ganham cada vez mais terreno.
O YouTube, por exemplo, é a plataforma mais utilizada por jovens em todo o mundo. Cerca de 93% da Geração Z utiliza a plataforma de vídeo do Google para consumo de conteúdo, seja em dispositivos móveis ou em Smart TVs.
Essa preferência coloca o YouTube à frente de outras redes populares como Instagram e TikTok.
YouTube lidera em dispositivos móveis mas cresce também nas Smart TVs
Essa mudança de comportamento também se reflete na forma como os jovens consomem conteúdo.
Embora 70% do consumo do YouTube ainda ocorra em dispositivos móveis, o mercado global de Smart TVs está em expansão e estima-se que esse mercado cresça a uma taxa de quase 10% ao ano até 2032, o que pode indicar uma tendência de migração gradual para telas maiores e mais imersivas.
Para marcas e empresas, essa mudança representa tanto um desafio quanto uma oportunidade.
Ignorar o comportamento da Geração Z pode resultar em perda de relevância, especialmente considerando que 46% da população brasileira tem menos de 30 anos.
Além disso, cerca de 95% dos lares brasileiros possuem uma televisão, sendo que 43% desses dispositivos já têm acesso à internet.
Isso cria um cenário propício para o desenvolvimento de novas estratégias de conteúdo que integrem o consumo digital com a presença ainda significativa da televisão nos lares.
À medida que o consumo de mídia continua a fragmentar-se e migrar para plataformas digitais, entender e adaptar-se aos novos hábitos de consumo da Geração Z será essencial para empresas que desejam manter sua relevância e conexão com o público jovem.