Giant Freakin Robot, site com mais de 16 anos, anuncia encerramento e culpa mudanças no algoritmo do Google

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

O site de entretenimento Giant Freakin Robot, popular entre fãs de cultura geek e notícias de ciência, anunciou que deixará de publicar novos conteúdos em sua página oficial, citando o colapso de seu tráfego no Google como a razão principal.

A plataforma, lançada em 2008 e reformulada em 2019, viu seu público crescer significativamente, alcançando 20 milhões de visitantes únicos por mês em 2021 e 2022. No entanto, após mudanças nos algoritmos de busca, o site afirma que sua visibilidade foi drasticamente reduzida, impossibilitando o sustento das operações.

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De acordo com o comunicado da Giant Freakin Robot, o Google redirecionou as principais palavras-chave de entretenimento para grandes veículos de mídia, relegando sites independentes como o deles a posições irrelevantes nos resultados de busca.

Essa mudança, dizem os responsáveis, tornou o site praticamente invisível para os antigos leitores e levou a uma queda abrupta no tráfego, com o número de visitantes caindo de milhões para apenas alguns milhares ao mês.

Um representante do site declarou:

O Google decidiu que não quer mais editores independentes por perto.

Em outubro, representantes de 20 editoras independentes, incluindo o Giant Freakin Robot, participaram de um evento promovido pelo Google em sua sede em Mountain View, Califórnia.

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Os editores buscavam respostas sobre a queda de visibilidade de seus sites e esperavam sensibilizar os engenheiros da empresa quanto ao impacto que essas mudanças têm em pequenas publicações.

No entanto, o feedback recebido foi desanimador.

Segundo os organizadores do evento, os engenheiros do Google afirmaram que não identificaram problemas técnicos com os sites e que, no entanto, não há garantias de que o tráfego perdido seria restaurado.

Durante o encontro, alguns editores questionaram o favoritismo dos resultados de busca para grandes marcas, citando exemplos como listas de recomendação que priorizam resultados de grandes varejistas sobre análises de críticos independentes.

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A resposta do Google, de acordo com o Giant Freakin Robot, foi que as grandes empresas esperam ver suas marcas bem posicionadas, o que parece se tornar uma prioridade para a gigante da tecnologia.

O site concluiu que, mesmo com um conteúdo bem feito e apreciado pelos próprios engenheiros do Google, não se encaixam no modelo atual da empresa.

Segundo o editor, as recomendações são menos sobre conteúdo autêntico e mais sobre preservar relações com grandes marcas.

Giant Freakin Robot vai focar no YouTube

A equipe do Giant Freakin Robot anunciou que concentrará seus esforços no canal do YouTube, onde o algoritmo ainda permite alguma visibilidade a canais menores.

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No YouTube, o trabalho árduo e a autenticidade ainda são recompensados.

Ao mesmo tempo, o site afirmou que planeja usar suas redes sociais para defender as editoras independentes e conscientizar o público sobre o impacto dessas mudanças de algoritmos em publicações menores.

A decisão, conforme expressa no comunicado, não é isolada: centenas de sites independentes relatam lutas semelhantes. Muitos, como o Giant Freakin Robot, dizem estar à beira da falência devido às mesmas dinâmicas de busca.

Essa situação não é nova, mas se intensificou à medida que conglomerados de mídia começaram a pressionar plataformas de busca e redes sociais por maior visibilidade, ameaçando ações legais em alguns casos.

Hoje, a prioridade dada a grandes grupos de mídia resulta em menos espaço para sites independentes, criando uma disputa desleal e limitando a diversidade de fontes na internet.

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disse o editor do Giant Freakin Robot, lembrando que o site acumula mais de 16 anos de história com conteúdos que vão desde análises de entretenimento até divulgação científica.

A equipe enfatiza que, enquanto ainda tiverem fôlego, buscarão manter o canal de YouTube e defender a sobrevivência de outras editoras independentes, enquanto que o editor finalizou com um suspiro de tristeza:

É difícil observar o fim de uma era.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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