O Google, braço da Alphabet, enfrenta um novo desafio legal nos EUA, em um julgamento antitruste que começou nesta segunda-feira (9) em Alexandria, Virgínia.
O Departamento de Justiça acusa a empresa de sufocar a concorrência no setor de tecnologia de publicidade online, consolidando seu controle sobre a infraestrutura que movimenta bilhões em vendas de anúncios digitais todos os dias, o que pode resultar até na divisão do Google.
Os promotores alegam que o Google usou uma série de aquisições estratégicas, restrições ao uso de suas ferramentas e até mesmo manipulações em leilões de anúncios para garantir seu domínio sobre o mercado de publicidade online.
A gigante de buscas teria dificultado a atuação de concorrentes e prejudicado editores de sites que dependem de anúncios para financiar conteúdo.
O Google, no entanto, nega as acusações, argumentando que seus esforços para desenvolver novas tecnologias e atender seus clientes foram legais.
A empresa também destaca que o mercado de publicidade digital evoluiu, com o crescimento de plataformas de TV conectada e aplicativos, onde enfrenta forte concorrência.
Possível impacto financeiro e venda do Google Ad Manager
O resultado do julgamento pode ter grandes repercussões para o futuro do Google. Caso seja considerado culpado de violar a lei antitruste, a juíza Leonie Brinkema poderá ordenar a venda de parte de seu negócio de publicidade, como o Google Ad Manager.
Esse sistema inclui o servidor de anúncios da empresa para editores e sua bolsa de anúncios, responsável por uma parte significativa da receita publicitária.
Em 2020, estima-se que o Google gerou cerca de US$ 20 bilhões em receita com suas ferramentas de anúncios digitais, representando 11% de sua receita bruta.
O Google Ad Manager sozinho teria contribuído com aproximadamente 4,1% dessa receita, de acordo com análise de documentos judiciais.
O caso atual faz parte de uma série de ações legais que visam os supostos monopólios das Big Techs, que incluem outras investigações envolvendo gigantes como a Apple e a Meta (controladora do Facebook).
As próximas semanas de julgamento prometem contar com depoimentos de concorrentes e editores, como News Corp e Gannett, que teriam sido afetados pela conduta do Google no mercado.