Acesso à Internet de alta velocidade está deixando a população obesa, revela estudo

Por Cássio Gusson
Imagem: Dall-e

Um estudo recente revelou uma ligação preocupante entre o acesso à internet de alta velocidade e o aumento da obesidade na população.

Pesquisadores das universidades Monash, Melbourne e RMIT, na Austrália, analisaram dados do projeto National Broadband Network (NBN) e identificaram uma relação direta entre a adoção de internet rápida e mudanças nos hábitos de atividade física e alimentação.

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O estudo, baseado em 14 ondas de dados longitudinais do levantamento HILDA (Household, Income and Labor Dynamics in Australia), mostrou que o acesso à internet de alta velocidade diminui a probabilidade de as pessoas cumprirem as recomendações mínimas de atividade física estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o Dr. Klaus Ackermann, um dos autores do estudo, “a necessidade de ficar conectado por longas horas induz comportamentos sedentários, reduzindo o metabolismo e contribuindo para o ganho de peso”.

A pesquisa também destacou que o tempo prolongado diante do computador favorece o consumo de lanches calóricos, aumentando a ingestão diária de calorias. Além disso, o acesso facilitado a compras online e serviços digitais elimina a necessidade de realizar tarefas que exigiriam algum esforço físico, como ir ao supermercado ou buscar encomendas.

Internet de alta velocidade: impactos no índice de massa corporal

Os pesquisadores observaram um aumento médio de 1,57 kg/m² no índice de massa corporal (IMC) da população e um crescimento de 6,6% na prevalência de obesidade em áreas com maior adoção da internet de alta velocidade. A obesidade, classificada a partir de um IMC de 30 ou mais, é fator de risco para doenças graves, como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares.

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Além disso, o uso intenso da internet para atividades como jogos online e maratonas de séries contribui para comportamentos sedentários mais frequentes. Esses dados se alinham a estudos globais que encontraram associações similares entre o uso problemático da internet e o aumento do IMC.

Os pesquisadores esperam que o estudo incentive políticas públicas voltadas para a conscientização dos efeitos negativos do sedentarismo e da obesidade. “Promover campanhas educativas e criar oportunidades para a prática de exercícios físicos são medidas urgentes para equilibrar os impactos da conectividade digital”, concluiu a equipe.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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