Mistério não resolvido na Terra pode prejudicar a internet e a comunicação no planeta

Por Cássio Gusson
Satélites orbitando a Terra. Foto: Dall-e

A cada dia, sinais de rádio cruciais para a comunicação e navegação viajam pela ionosfera, uma camada da atmosfera terrestre que abriga enigmas capazes de desestabilizar essas transmissões.

A ionosfera, localizada entre 80 e 643 quilômetros acima da Terra, é essencial para a propagação dos sinais de rádio, mas fenômenos não resolvidos nessa região podem comprometer seriamente a internet e outros sistemas de comunicação.

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Astrônomos já observaram que tempestades solares e eventos meteorológicos extremos, como erupções vulcânicas e furacões, podem criar distúrbios na ionosfera. A erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai em 2022, por exemplo, lançou partículas na atmosfera que afetaram a ionosfera. Durante a noite, quando a radiação solar é menor, bolhas de baixa densidade aparecem nessa camada, causando interferências significativas nos sinais de comunicação e GPS.

A missão Gold da NASA, lançada em 2018, está ajudando a esclarecer esses fenômenos. Analisando dados, os cientistas descobriram formações em X e C na ionosfera durante períodos de calma atmosférica. Essas estruturas, antes associadas a tempestades solares, surgiram sem nenhuma perturbação aparente, desafiando o entendimento atual e alertando para possíveis impactos futuros.

Internet

Esses distúrbios na ionosfera podem interferir na internet, nas comunicações via satélite e GPS, essenciais para diversos setores, como transporte, agricultura e navegação. Durante uma tempestade geomagnética em maio de 2023, a John Deere relatou interrupções no GPS usado na agricultura de precisão. Eventos como esse mostram como a ionosfera pode impactar diretamente atividades vitais.

Compreender os fenômenos na ionosfera é crucial para desenvolver sistemas de previsão do clima espacial, que podem ajudar a evitar interrupções catastróficas. Ajustar as órbitas dos satélites e preparar sistemas de comunicação para possíveis distúrbios são medidas necessárias para mitigar esses riscos.

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Os cientistas continuam a analisar os dados da missão Gold para desvendar os mistérios da ionosfera. A meta é prever e mitigar os impactos dessas formações, garantindo a continuidade das comunicações globais e a segurança dos sistemas que dependem delas.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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