Mozilla é acusada de violar privacidade do usuário com nova ferramenta do Firefox

Por Luciano Rodrigues
Mozilla é acusada de violar privacidade do usuário com nova ferramenta do Firefox - Imagem: Dall-E

A Mozilla, responsável pelo navegador Firefox, está no centro de uma polêmica após o grupo de direitos de privacidade da União Europeia, noyb, ter apresentado uma queixa contra a empresa.

A acusação é de que a viola o Regulamento Geral de Proteção de Dados (General Data Protection Regulation – GDPR) ao ativar, por padrão, um recurso de rastreamento de usuários sem o consentimento prévio deles.

Segundo a noyb, a função “Privacy Preserving Attribution” (PPA) no Firefox, introduzida recentemente, transforma o navegador em uma ferramenta de rastreamento, contrariando o princípio de privacidade pelo qual a Mozilla é conhecida.

O PPA permite que anunciantes meçam a eficácia de suas campanhas sem coletar informações pessoais identificáveis.

A noyb alega que a Mozilla ativou o PPA sem obter a permissão dos usuários, o que viola o GDPR, apesar de ser menos invasivo do que o rastreamento baseado em cookies.

O grupo noyb argumenta que a empresa deveria ter implementado um mecanismo de consentimento claro, em vez de obrigar os usuários a desativarem manualmente o recurso.

Os dados coletados até o momento, segundo a queixa, também deveriam ser excluídos.

Recurso no Mozilla é comparado com o Privacy Sandbox do Google

A abordagem da Mozilla tem semelhanças com a proposta do Google conhecida como Privacy Sandbox, que busca substituir os cookies de rastreamento por tecnologias menos invasivas.

o entanto, o noyb destaca que tanto a iniciativa da Mozilla quanto a do Google, ainda que sejam mesmo menos invasivas, acabam servindo como ferramentas de rastreamento.

O noyb argumenta que essas práticas continuam a interferir nos direitos dos usuários sob o GDPR, pois não há consentimento claro.

A Mozilla afirma que ativou o recurso PPA em uma fase de teste, restrito aos sites da própria empresa, e ressalta que os usuários podem desativá-lo facilmente nas configurações do Firefox.

Christopher Hilton, diretor de políticas da Mozilla, afirmou que a tecnologia utiliza criptografia para garantir a privacidade dos usuários, evitando a coleta ou o compartilhamento de dados pessoais.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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