X diz que é dono de todas as contas da plataforma e usuários apenas têm licença para usá-las

Por Luciano Rodrigues
Imagem: Dall-E

Nessa segunda-feira (25), a X Corp (antigo Twitter), liderada por Elon Musk, apresentou uma objeção judicial contra a venda das contas do InfoWars, site e programa de rádio fundado pelo teórico da conspiração Alex Jones, no leilão de falência da Free Speech Systems, empresa responsável pela plataforma.

O movimento busca impedir que a The Onion, interessada na compra, assuma o controle das contas relacionadas à InfoWars no X.

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Os advogados de Musk argumentam que a X mantém “propriedade superior” sobre todas as contas em sua plataforma, destacando que os usuários possuem apenas uma licença para utilizá-las sob os termos de serviço.

Em resumo, o X está alegando que é dono dos perfis criados pelos usuários, que apenas têm permissão para usá-las.

Segundo o documento, a venda das contas prejudicaria os direitos da X Corp, que licencia o uso dessas propriedades digitais aos usuários.

Quem manda na sua conta no X?

A objeção marca um caso raro de intervenção direta de uma plataforma em um processo de falência envolvendo contas de mídia social.

Historicamente, tribunais têm permitido transferências de contas como parte de vendas corporativas, sem contestação das plataformas.

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A decisão da X Corp em se envolver no caso InfoWars gerou especulações sobre a motivação por trás da ação.

O apresentador Alex Jones comemorou publicamente o apoio de Musk e interpretou a medida como uma defesa de seus direitos contra supostas “tentativas democratas de roubar a identidade X”.

Durante uma transmissão, Jones afirmou que o envolvimento da X protege princípios da Primeira Emenda nos Estados Unidos e denunciou o leilão como parte de uma conspiração.

O caso reacende o debate sobre a posse de contas em redes sociais.

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Embora muitos usuários considerem seus perfis uma extensão de sua identidade digital, as big techs, como X Corp, Meta e Google, controlam as plataformas e seus termos de uso, o que frequentemente deixa os criadores de conteúdo à mercê de mudanças algorítmicas e decisões empresariais.

Especialistas apontam que a disputa reforça a necessidade de alternativas descentralizadas na Internet e modelos que permitam maior autonomia para os usuários.

 

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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