X processa grandes marcas alegando suporte ilegal à rede social

Por Luciano Rodrigues

A plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, entrou com um processo contra um grupo de grandes anunciantes, alegando que eles realizaram um “boicote ilegal” que prejudicou significativamente a receita da empresa.

A ação, movida nessa terça-feira (6), acusa marcas como Unilever, Mars, CVS, Ørsted e várias outras de conspirarem para reter coletivamente bilhões de dólares em receita publicitária por meio de uma iniciativa da World Federation of Advertisers (WFA), organização global que representa os interesses de anunciantes.

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O processo destaca a adesão dessas empresas à Global Alliance for Responsible Media (GARM), uma iniciativa da WFA, na qual as empresas devem concordar em reter publicidade de plataformas sociais que não cumpram os padrões de segurança da organização.

A X alega que a GARM organizou um boicote de anunciantes ao Twitter com o objetivo de forçar a plataforma a seguir esses padrões de segurança.

Curiosamente, o processo foi aberto apesar da recente declaração da X de que estava “animada” para se juntar novamente à GARM no mês passado.

Linda Yaccarino, CEO da X, defendeu a posição da empresa em um vídeo publicado na plataforma, afirmando:

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As evidências e os fatos estão do nosso lado. Eles conspiraram para boicotar a X, o que ameaça nossa capacidade de prosperar no futuro. Isso coloca sua Town Square global — o único lugar onde você pode se expressar livre e abertamente — em risco a longo prazo.”

Elon Musk, em uma publicação separada, incentivou fortemente outras empresas que se sentem boicotadas a entrarem com ações judiciais, sugerindo que poderia haver “responsabilidade criminal” sob a Lei de Organizações Corruptas e Influenciadas por Extorsão (RICO).

O processo de X cita um relatório de 10 de julho do House Judiciary Committee – responsável por supervisionar a administração da justiça dentro dos tribunais federais, agências de aplicação da lei e órgãos administrativos -, sobre a WFA, que classificou a “conduta colusiva da WFA e da GARM para desmonetizar conteúdo desfavorecido” como “alarmante”.

Este mês, o presidente do House Judiciary, Jim Jordan, enviou cartas a 40 empresas envolvidas com a GARM questionando o boicote a veículos de direita como The Joe Rogan Experience, The Daily Wire, Breitbart e Fox News. Musk já havia ameaçado processar os anunciantes envolvidos no suposto boicote.

Elon Musk tem investido em processos, mesmo fora do X, mas com pouco sucesso

Não está claro como o processo de X se sairá no tribunal, uma vez que a escolha dos anunciantes sobre onde investir é protegida pela Primeira Emenda, conforme observado pelo Techdirt.

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O grupo de vigilância de tecnologia de anúncios Check My Ads afirma que os anunciantes têm o direito de “não enviar dinheiro para uma plataforma que promova ódio e conspirações”.

A X está pedindo ao tribunal que declare as ações dos anunciantes ilegais e conceda à empresa indenização, cujo valor será determinado durante o julgamento.

Este processo é o mais recente de uma série de ações legais movidas por Musk, muitas das quais tiveram pouco sucesso.

Recentemente, ele desistiu de um processo contra a OpenAI e seus cofundadores, mas reabriu o caso nesta semana, alegando que foi “manipulado” para cofundar a organização sem fins lucrativos com o objetivo de construir uma IA segura e transparente.

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O desenrolar deste caso pode ter implicações significativas para a X e para a forma como as grandes marcas decidem onde alocar suas verbas publicitárias, bem como para a relação entre plataformas de mídia social e anunciantes em um cenário cada vez mais complexo de regulamentação e responsabilidade corporativa.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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