X segue suspenso no Brasil, afirma Anatel; saiba como rede está burlando bloqueio

Por Luciano Rodrigues
X segue suspenso no Brasil, afirma Anatel; saiba como rede está burlando bloqueio - Imagem: Dall-E

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se manifestou na manhã desta quarta-feira (18) sobre relatos de usuários que, apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), conseguiram acessar o X (antigo Twitter), a rede social de Elon Musk, por curtos períodos.

A Anatel reafirmou que o bloqueio da plataforma permanece em vigor e que a agência está averiguando as falhas no bloqueio relatadas pelos usuários.

Mesmo com a ordem judicial que determinou a suspensão do X no Brasil, alguns usuários relataram ter conseguido acessar a plataforma por meio de determinados dispositivos.

Além disso, muitos relataram o recebimento de notificações, inclusive de contas que não seguem, contendo mensagens contrárias ao ministro Alexandre de Moraes, que liderou a decisão do bloqueio.

A decisão do STF, proferida pelo ministro Alexandre de Moraes e referendada pela Primeira Turma do Supremo, determinou a suspensão da rede social após a empresa não cumprir ordens judiciais, como a retirada de contas disseminadoras de fake news e a nomeação de um representante legal no Brasil.

Na semana anterior, Moraes também havia bloqueado R$ 18,35 milhões das contas da plataforma e de outra empresa de Elon Musk, a Starlink, para pagamento de multas.

X apelou ao Cloudflare para conseguir burlar bloqueio

Uma mudança no registro dos servidores do X teria sido o que permitiu que usuários brasileiros acessassem a plataforma nesta quarta, contrariando a ordem judicial de bloqueio emitida pelo STF.

A rede passou a utilizar um serviço de proteção oferecido pela Cloudflare, que distribui o tráfego da plataforma por rotas diferentes, dificultando a aplicação do bloqueio pelos provedores de internet.

Esse mecanismo, chamado proxy reverso, é comumente utilizado para aumentar a segurança de servidores e esconder o IP real, dificultando ações como o bloqueio de acesso.

Segundo a Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT), a mudança implementada pelo X torna a restrição muito mais complexa, já que bloquear o Cloudflare poderia impactar uma série de serviços essenciais que utilizam a mesma infraestrutura.

Provedores de internet, em conjunto com a Anatel, estão buscando soluções para aplicar o bloqueio sem prejudicar outros serviços.

Membros do STF classificaram a situação como uma “instabilidade no bloqueio” e continuam verificando a eficácia da medida judicial.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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