- Torre 3D mais alta revitaliza vila suíça com 11 moradores
- Estrutura combina tradição, inovação e turismo sustentável em Mulegns
- Impressão robótica criou design único sem uso de moldes
Tor Alva impressiona à primeira vista. Com linhas brancas e curvas fluidas, a nova torre lembra cenários fantásticos como Valfenda, de O Senhor dos Anéis.
Apesar da aparência sobrenatural, a inspiração é profundamente humana e, surpreendentemente, gastronômica. A estrutura de 30 metros foi projetada para evocar um bolo de camadas ornamentado, celebrando a tradição dos confeiteiros de Grisões, cantão suíço onde fica Mulegns, a cidade com apenas 11 habitantes.
Uma obra para revitalizar Mulegns
A fundação cultural Nova Fundaziun Origen liderou o projeto em parceria com a ETH Zurique, uma das principais universidades da Suíça. O arquiteto Michael Hansmeyer e os professores Benjamin Dillenburger, Walter Kaufmann e Robert Flatt assinaram o design, com apoio técnico da spin-off Mesh e da construtora Zindel United.
A torre visa revitalizar Mulegns, que enfrenta despovoamento há anos. Ainda mais, a partir de 23 de maio, visitantes poderão participar de visitas guiadas. Em julho, o espaço também receberá apresentações ao vivo, fortalecendo o turismo sustentável e a economia local.
Técnica revolucionária com robôs e concreto especial
Os engenheiros evitaram moldes tradicionais. Um braço robótico extrudou uma mistura especial de concreto, macia para criar formas delicadas e rápida para endurecer, camada por camada, com apenas cinco milímetros de espessura.
Ainda mais, outro braço robótico reforçou a estrutura, inserindo anéis de aço a cada 20 centímetros. Esse método, batizado de “reforço que cresce”, garantiu estabilidade sem comprometer o design sofisticado.
Ao todo, a torre inclui 124 elementos personalizados, com 48 colunas estruturais. Porém, a impressão ocorreu fora do local, ao longo de aproximadamente 900 horas, antes do transporte e montagem final em Mulegns.
Giovanni Netzer, fundador da fundação Origen, destacou: “A Torre Branca é mais do que um triunfo técnico, ela inspira o setor da construção, incentiva o turismo sustentável e oferece um novo espaço cultural.”
A inauguração marca não apenas um feito arquitetônico, mas também um símbolo de esperança para uma vila que se recusa a desaparecer.