Coreia do Sul promove cúpula internacional sobre o uso de IA nas forças armadas

Por Luciano Rodrigues
Coreia do Sul promove cúpula internacional sobre o uso de IA nas forças armadas - Imagem: Dall-E

A Coreia do Sul reuniu uma cúpula internacional em um evento que iniciou nessa segunda-feira (9) e programado para terminar nesta terça-feira (10), com o objetivo de estabelecer um modelo para o uso responsável de inteligência artificial (IA) nas forças armadas.

O encontro, que ocorre em Seul, reúne representantes de mais de 90 países, incluindo os Estados Unidos e a China. No entanto, apesar das discussões, não é esperado que o acordo resultante tenha poderes legais vinculativos.

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O evento se destaca pela relevância de debater o impacto do uso de IA em operações militares. Segundo o ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, a guerra entre Rússia e Ucrânia é um exemplo recente do uso de drones habilitados por IA como um diferencial tático.

Esses dispositivos, que funcionam como “estilingues de Davi”, têm sido utilizados pela Ucrânia para superar bloqueios de sinal e operar de forma mais eficiente em grupos.

Contudo, Kim ressaltou que, embora a IA aumente significativamente as capacidades operacionais, ela também pode representar riscos sérios, se mal utilizada.

O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yul, complementou ao afirmar que as discussões focam em revisar o uso militar de IA dentro das normas do direito internacional e estabelecer mecanismos que garantam que armas autônomas não possam tomar decisões de vida ou morte sem a supervisão humana adequada.

Tentativas globais para estabelecer princípios regulatórios de IA

A cúpula de Seul busca avançar em relação ao encontro anterior, realizado em Amsterdã no ano passado.

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Durante o evento na Holanda, várias nações, incluindo China e EUA, assinaram um “apelo à ação”, mas sem compromissos legais.

Desta vez, o objetivo é mais ambicioso: definir um plano de ação que imponha proteções mínimas para o uso de IA em cenários militares.

Embora o documento final não tenha força legal, ele representa um esforço conjunto para regular o uso de IA em um campo onde os avanços tecnológicos são, muitas vezes, impulsionados por empresas privadas, mas têm impactos diretos nas decisões governamentais.

A cúpula de Seul é apenas um dos fóruns globais em andamento sobre o tema.

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A Convenção sobre Certas Armas Convencionais da ONU e a declaração dos EUA de 2022 sobre o uso responsável de IA nas forças armadas também discutem possíveis restrições ao uso dessas tecnologias em armamentos letais.

Ainda não está claro quantos países endossarão o documento final da cúpula de Seul, mas o evento marca um passo importante na tentativa de regular uma área cada vez mais central nas discussões sobre segurança global e ética no uso da inteligência artificial.

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Jornalista, assessor de comunicação, escritor e comunicador, com MBA em jornalismo digital e 12 anos de experiência, tendo passado também por alguns veículos no setor tech.
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