-
Entregadores exigem melhores condições em paralisação nacional histórica
-
iFood e outros apps enfrentam pressão por taxas justas
-
Mobilização dos entregadores atinge 59 cidades e 19 capitais
Entregadores que atuam por aplicativos como iFood, 99, Uber e outros iniciaram uma paralisação nacional nesta segunda-feira (31).
O movimento, apelidado de “breque”, exige aumento nas taxas pagas pelas plataformas e melhores condições de trabalho.
O protesto deve se estender até terça-feira (1º), com atos programados em pelo menos 59 cidades brasileiras. Além disso, as manifestações reúnem entregadores que atuam em grandes capitais e também em municípios menores.
O movimento ganhou força nas últimas semanas, com vídeos de convocação viralizando nas redes sociais e reunindo milhões de visualizações.
São Paulo concentra maior mobilização
Em São Paulo, entregadores planejam uma manifestação em frente à sede do iFood. Além disso, o objetivo do ato é pressionar diretamente a maior plataforma do setor.
Segundo os organizadores, o iFood influencia as políticas de remuneração das empresas concorrentes. Junior Freitas, uma das lideranças do breque, afirma que a mobilização quer chamar atenção tanto das empresas quanto do poder público.
Capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Brasília também participam da paralisação.
Ao todo, 19 capitais já confirmaram presença nos atos. Além disso, em algumas delas, os organizadores esperam bloquear centros de distribuição e pontos de coleta, além de realizar carreatas.
Plataformas reagem e divulgam números
Em resposta ao movimento, a Amobitec associação que representa empresas como iFood, 99, Uber e Zé Delivery, divulgou nota reafirmando o compromisso com o diálogo.
A entidade defende a regulamentação do trabalho por aplicativos e diz que a remuneração média dos entregadores cresceu acima da inflação entre 2023 e 2024. Segundo um estudo do Cebrap, os entregadores recebem, em média, R$ 31,33 por hora.
O iFood também se manifestou. Em comunicado enviado aos entregadores, a empresa disse ter reajustado o valor do quilômetro rodado e da taxa mínima nos últimos três anos. Além disso, a plataforma pediu que o protesto ocorra de forma pacífica e sem bloqueios a estabelecimentos ou colegas que optem por não aderir à paralisação.
Os organizadores, no entanto, afirmam que os reajustes não acompanharam o aumento do custo de vida. Eles denunciam jornadas exaustivas e falta de segurança nas ruas. Segundo o movimento, muitos entregadores chegam a trabalhar 12 horas por dia para alcançar um rendimento mínimo.
A paralisação representa mais um capítulo nas tensões entre trabalhadores e plataformas. Ainda mais, os entregadores buscam reconhecimento como profissionais essenciais, com garantias mínimas de renda e proteção.
Até o momento, as lideranças do breque não divulgaram quando pretendem encerrar a mobilização, mantendo a pressão sobre as empresas e o governo.