EUA vão proibir que veículos americanos usem softwares da China e Rússia

Por Cássio Gusson
Foto: Dall-e

Os EUA preparam novas regulamentações para proibir o uso de softwares chineses e russos em veículos no país. A proposta, ainda pouco divulgada, poderá impactar fortemente os motoristas e motociclistas americanos, além de ter repercussões no Ocidente.

O Bureau of Industry and Security (BIS) do Departamento de Comércio dos EUA propôs a proibição de venda e importação de veículos conectados que utilizem componentes de software ou hardware oriundos da China ou Rússia.

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Segundo a Secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, a medida visa proteger a segurança nacional e a privacidade dos cidadãos americanos. “Os carros de hoje possuem câmeras, microfones e rastreamento por GPS, tecnologias que podem ser utilizadas por adversários estrangeiros para ameaçar nossa segurança”, afirmou Raimondo.

A proposta proíbe a venda de veículos conectados que integrem peças associadas à China ou Rússia, além de componentes vendidos separadamente.

EUA

Os EUA justificam a medida pelas crescentes preocupações com os dados gerados pelos veículos modernos. Com a evolução dos carros conectados, que se comunicam por meio de satélites e redes móveis, aumenta o risco de informações sensíveis caírem nas mãos de governos adversários.

O BIS deixou claro que a medida não se aplica apenas a veículos autônomos, mas a qualquer veículo que utilize tecnologia conectada, como o Bluetooth e a telemetria, amplamente presentes em carros e motocicletas.

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A proibição se estenderá para o ano modelo de 2027 para softwares e 2030 para hardwares, afetando tanto veículos fabricados nos EUA quanto os importados que contenham tecnologias chinesas ou russas.

Embora atualmente não haja veículos de marcas chinesas ou russas à venda nos EUA, a medida impactará fabricantes de motos como a CF Moto, cujas motocicletas usam tecnologia chinesa e têm se popularizado no mercado americano.

O clima entre EUA e China tem se tornado cada vez mais tenso, com uma série de sanções e tarifas sobre produtos tecnológicos. A proibição proposta é mais uma peça no tabuleiro da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

As discussões públicas ainda estão abertas, e a medida precisa de maior clareza para ser implementada, já que envolve uma cadeia de suprimentos global altamente interconectada.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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