- HP pagará até R$ 580 por produto com desconto enganoso.
- Justiça dos EUA aprovou acordo de R$ 23,2 milhões.
- Caso pressiona big techs por mais transparência em promoções.
A HP Inc. concordou em pagar R$ 23,2 milhões (US$ 4 milhões) para encerrar uma ação coletiva por propaganda enganosa. A empresa foi acusada de anunciar descontos falsos em seu site, ao exibir preços de referência inflados em computadores e acessórios vendidos com aparente promoção.
De acordo com a decisão do juiz P. Casey Pitts, da Corte Distrital da Califórnia, a HP deverá criar um fundo de indenização não reversível para cobrir os custos do processo e compensar consumidores prejudicados. O acordo beneficia clientes que compraram produtos HP entre 5 de junho de 2021 e 28 de outubro de 2024, cujas ofertas promocionais estiveram ativas por mais de 75% do tempo.
Entre os produtos elegíveis estão notebooks HP Spectre, Chromebook, Envy e Pavilion, desktops Envy e Omen, além de teclados mecânicos e mouses sem fio. Os consumidores que se enquadram na ação poderão receber de R$ 58 a R$ 580 (US$ 10 a US$ 100) por item adquirido.
Casos contra HP citam promoções falsas e preços tachados irreais
A denúncia exemplificou o caso de Rodney Carvalho, que comprou um computador All-in-One por R$ 5.219 (US$ 899,99), anunciado com uma economia de R$ 580 (US$ 100). A HP alegava que o preço original era de R$ 5.799 (US$ 999,99). Mas, segundo os documentos, o produto raramente — ou nunca — foi vendido por esse valor.
Outras práticas denunciadas incluem promoções falsas com “última unidade disponível”, que permaneciam ativas por semanas após a suposta escassez. A ação acusou a HP de violar diretrizes da Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos.
Apesar de não admitir culpa, a HP aceitou o acordo, o que evidencia pressões crescentes por mais transparência nas vendas online. A empresa reportou receita de R$ 78,3 bilhões (US$ 13,5 bilhões) no primeiro trimestre fiscal de 2025, o que torna o impacto financeiro da decisão relativamente pequeno.
Casos semelhantes envolvem outras gigantes como Amazon e Dell, que também enfrentam críticas por manipulação de preços promocionais. Por exemplo, as autoridades australianas multaram a Dell em R$ 37,6 milhões (US$ 6,49 milhões) por adotar práticas semelhantes