Um estudo recente do Banco Mundial revelou uma projeção alarmante para a previdência no Brasil: se as regras atuais não forem alteradas, a idade mínima para aposentadoria pode subir para 72 anos em 2040 e atingir 78 anos em 2060.
A medida é considerada necessária para manter a “razão de dependência dos idosos” em um nível saudável, evitando um colapso no sistema previdenciário.
A “razão de dependência dos idosos” é a proporção entre o número de pessoas ativas no mercado de trabalho e o número de aposentados.
Nos anos 80, o Brasil tinha aproximadamente 9 trabalhadores ativos para cada aposentado. Atualmente, essa proporção caiu pela metade, com apenas 4,5 trabalhadores ativos para cada aposentado.
Essa mudança se deve ao aumento da longevidade da população e à queda na taxa de natalidade.
Com a população vivendo mais e tendo menos filhos, o número de trabalhadores que sustentam os aposentados está diminuindo progressivamente.
Esse desequilíbrio cria um impacto significativo nas contas públicas, já que as aposentadorias consomem mais da metade do orçamento brasileiro, deixando menos recursos para áreas essenciais como educação, saúde e segurança.
Conforme o tempo passa, a tendência é que menos pessoas entrem no mercado de trabalho, enquanto o número de aposentados continua a crescer.
Essa dinâmica coloca uma pressão cada vez maior sobre o sistema previdenciário e o orçamento do país.
O estudo do Banco Mundial destaca que, até 2035, o Brasil terá mais pessoas se aposentando do que ingressando no mercado de trabalho, o que aumentará o déficit previdenciário, atualmente em R$ 286 bilhões.
Para evitar que o sistema previdenciário se torne insustentável, ajustes nas regras de aposentadoria são inevitáveis.
Sem essas mudanças, o país enfrentará dificuldades crescentes para financiar as aposentadorias, comprometendo a estabilidade econômica e a capacidade do governo de investir em outras áreas prioritárias.
Soluções para a previdência no Brasil
Diante desse cenário, especialistas defendem uma reforma previdenciária que inclua o aumento gradual da idade mínima para aposentadoria e a implementação de políticas que incentivem a participação no mercado de trabalho por mais tempo.
Além disso, é crucial promover um crescimento econômico sustentável que aumente a arrecadação de impostos sem sobrecarregar os trabalhadores.
O desafio é equilibrar a necessidade de ajustes econômicos com a proteção social dos trabalhadores e aposentados.
A discussão sobre a reforma da previdência precisa ser ampla e incluir todos os setores da sociedade para encontrar soluções que garantam a sustentabilidade do sistema a longo prazo, ao mesmo tempo que garantam uma aposentadoria saudável para os contribuintes.