Ser pago para morrer? Rússia oferece mais de 100 mil reais para quem se alistar na linha de frente de exército

Por Cássio Gusson
Rússia que contratar novas pessoas para o exército. Foto: Dall-e

As autoridades de Moscou estão oferecendo um bônus recorde de contratação para novos recrutas dispostos a lutar na Ucrânia, destacando os esforços contínuos da Rússia para aumentar seu contingente militar em meio à invasão em andamento. O incentivo financeiro foi introduzido pelo prefeito de Moscou, Sergey Sobyanin, e marca uma tentativa significativa de atrair novos soldados para as forças armadas russas.

O bônus de assinatura único oferecido aos novos recrutas é de 1,9 milhão de rublos, aproximadamente US$ 22.000 ou mais de 100 mil reais. Além deste valor inicial, os soldados podem ganhar até 5,2 milhões de rublos (US$ 59.600) em seu primeiro ano de serviço, conforme destacado no comunicado divulgado na terça-feira.

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“Estamos oferecendo uma oportunidade sem precedentes para os cidadãos que desejam servir ao país e ajudar a fortalecer nossas forças armadas”, afirmou Sobyanin.

Além dos salários elevados, os recrutas que se juntarem à luta na Ucrânia têm direito a compensações financeiras adicionais. Pagamentos únicos variam de US$ 5.690 a US$ 11.390 em caso de ferimentos, dependendo da gravidade. Para as famílias dos soldados que morrerem em ação, a compensação é de US$ 34.150.

Rússia

A Rússia tem enfrentado perdas significativas desde o início da invasão à Ucrânia. Segundo o Ministério da Defesa do Reino Unido, mais de 70.000 soldados russos foram mortos ou feridos apenas nos meses de maio e junho. Estima-se que 87% das tropas terrestres ativas e dois terços dos tanques pré-invasão tenham sido perdidos.

Em resposta a essas perdas, o presidente Vladimir Putin ordenou um aumento no número de tropas em 170.000, elevando o total de militares russos para mais de 2,2 milhões, incluindo 1,32 milhão de soldados. Esta medida representa um aumento de 15% no tamanho do exército russo e é a segunda expansão significativa desde o início da invasão.

A “mobilização parcial” ordenada por Putin em setembro de 2022, após uma série de derrotas militares, permitiu que reservistas e cidadãos com experiência militar fossem convocados. Essa mobilização causou manifestações, especialmente em regiões de minorias étnicas da Rússia, e levou a um êxodo de homens em idade militar que fugiram do país para evitar o recrutamento.

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Embora a campanha de mobilização tenha sido suspensa em novembro de 2022 após atingir a meta de recrutar 300.000 pessoas, a Rússia continua a buscar combatentes além de suas fronteiras. Cerca de 15.000 nepaleses foram recrutados para lutar na Ucrânia, com relatos de recrutas afegãos, indianos, congoleses e egípcios também sendo treinados em academias militares russas.

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Jornalista especializado em tecnologia, com atuação de mais de 10 anos no setor tech público e privado, tendo realizado a cobertura de diversos eventos, premiações a anúncios.
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